REVIEW | ‘Ys VIII: Lacrimosa of Dana’ tem ritmo lento, mas empolgará mesmo assim

Leandro Stenlånd

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19 de janeiro de 2018

A felicidade é algo muito relativo. Quando jogamos um game do qual gostamos muito, sentimos aquela felicidade que, por muitas vezes, é plena. Sinto essa total plenitude no momento em que adentro em jogos de RPG, principalmente os da NIS America, por se tratar de jogos mais voltados paro público infanto-juvenil, com narrativas bem inocentes e muito mais.

Ys é um jogo que retorna em seu oitavo título, com uma nova aventura pela primeira vez em 8 anos! Se lembrarem bem, chegamos até a falar sobre esse jogo em sua Origem, mas que não tem tanto a ver assim com este game. É isso mesmo. Cada título é independente, sendo eles crônicas diferentes e, por se tratar de uma franquia que existe há 30 anos, criada pela Nihon Falcom, fica evidente que temos vários spin-offs no decorrer dessa longa trajetória.

Na narrativa que difere de YS Origin, temos Adol acordando de repente de um naufrágio e encalhado numa ilha amaldiçoada. Lá, ele e os outros passageiros vítimas desse náufrago que ele resgata, formam uma aldeia para desafiar animais temíveis e ruínas misteriosas na ilha isolada. Em meio a isso, Adol começa a sonhar com uma misteriosa donzela de cabelos azuis vivendo em um mundo desconhecido.

YS VIII: The Lacrimosa of Dana é um bom J-RPG e é diferente da maioria. Ele adota o formato mais hack n’ slash do que o molde adotado em turnos. Claro que, como em sua maioria, você terá a possibilidade de melhorar suas armas e skills, que são muito bem empregados na jogabilidade. O balanceamento é bom e o jogo está longe de ser difícil. Em sua maior parte, ele se passa em uma ilha deserta, forçando seu personagem a matar inimigos para conseguir itens no mínimo colecionáveis. Como um “bônus”, também é possível pescar e cozinhar receitas que irão lhe ajudar a preparar pratos para recuperar sua vida durante a progressão e, consequentemente, melhorar seu status. Diante destas opções, temos um conceito único para um RPG, visto que estamos perdidos em uma ilha deserta longe de tudo e de todos, sem nenhum tipo de ajuda. Conforme vamos avançando, encontramos sobreviventes desse naufrágio, fazendo com que haja um mix de personalidades que, conforme suas aptidões, vão ajudando a possível deficiência em melhorar de vida, algo mais ameno. Nessa ilha, você encontrará muitos monstros com seus ataques e defesas, e que, por diversas vezes, recordará um bocado Super Mario Odissey.

A maior parte do início do jogo (enquanto no barco) mostra toda a intimidade que Adol tem com os tripulantes, alguns seus amigos, outros apenas conhecidos da viagem. Nosso protagonista resgatará esses personagens que de imediato são mostrados no jogo. A progressão é lenta e dificilmente você irá se identificar com os personagens nos momentos que dão início à progressão.

As cutscenes são legais e, apesar de terem tudo que um RPG costuma mostrar (gráficos da era PS3/PS2), isso será o que menos importará, ainda que o jogo tente fundir cenas de anime com o gane Trails in the Sky. Temos aqui certamente um título muito mais acessível que os de outrora e com feições que lembrarão mais crianças de 12 anos fazendo arte do que necessariamente protagonistas que lutariam arduamente para defender a ilha na qual estamos presos. O combate não são tão especiais, visto que temos uma estratégia bem simplificada de defender o vilarejo (ilha) e encontrar itens que aumentarão a felicidade dos residentes.

Paulatinamente, vamos percebendo que o jogo agrada mais pela parte de caçar e andarilhar pela ilha do que necessariamente sua narrativa em si. É lindo caminhar pelo local e ver as maravilhas que ali estão, desde monstros até mesmo calabouços. Ao encontrar alguns personagens perdidos na ilha, vamos avançando na história e, aos poucos, não há como negar que estamos diante de um belo jogo. Nossa principal missão, como dito anteriormente, é justamente salvar essas pessoas perdidas no mapa que logo se tornarão nossas ‘melhores’ amigas. Há por todo lado diversos NPC’s e isso inclui a esposa de um ferreiro que auxiliará na melhora de seus equipamentos. Também há quem venda itens, e encontraremos itens perdidos e valiosos que poderemos inclusive melhorá-los. Há uma arte conceitual muito bem detalhada. As montanhas, assim como o anoitecer em algumas partes do mapa, mostram como tudo é lindo e mágico. A apresentação do game em formato anime é outra coisa maravilhosa. A trilha sonora é muito boa, mas muito boa mesmo, inclusive nas cutscenes.

O VEREDITO

Considerando que alguns jogos da NIS America costumam ser caros, ainda que este fosse o caso, compensaria cada centavo gasto no jogo. Apesar dos problemas que o jogo contém (e que não são muitos),  Ys VIII: Lacrimosa of Dana pode ser a sua melhor escolha de RPG para 2018. O jogo tem uma boa imersão, gráficos OK e um gameplay até justo com uma dificuldade razoavelmente balanceada. Recomendável!

YS VIII: The Lacrimosa of Dana foi analisado pela equipe do Blah Cultural no console PlayStation 4. O game foi gentilmente cedido pela NIS America.

Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
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