Suricato-crítica-do-álbum-Marshmallow-Flor-de-Sal-2022

Foto: Divulgação

Suricato tem boas letras, mas falta ousadia nas músicas

Marcelo Fernandes

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5 de novembro de 2022

Suricato é uma das poucas bandas sobreviventes dos massacrantes programas televisivos de reality shows musicais. Surgindo para o grande público em 2014 no “Superstar”, da Rede Globo, e posteriormente sofrendo as agruras de ser um artista midstream em um país que mesmo o topo das paradas não é garantia de muita coisa, o grupo liderado por Rodrigo Suricato lança o novo trabalho Marshmallow Flor de Sal.

Lançado em todas as plataformas digitais e simultaneamente no YouTube com visualizers que representam uma festa, seus prós e contras, “MFS” é o quinto álbum da banda. Paula Costa, esposa de Rodrigo, responde pela direção criativa do projeto um boneco de pelúcia de 1,80m como mascote nos vídeos. O grupo é formado atualmente por Carol Mathias, Martha V (Letrux), Diogo Gameiro e Rodrigo Suricato.

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Violões de lado

Prometendo uma sonoridade New Wave, o band leader Rodrigo deixou um pouco de lado os violões característicos de outros trabalhos. O disco começa com “Cada vez mais louco”, um popzão leve que lembra bastante a fase festeira de Ed Motta, mas sem muita ousadia. Aliás, algo que se sobressai bastante no trabalho é a falta de uma ousadia maior em batidas e arranjos, contribuindo para um tom um pouco contemplativo na maioria das faixas.

O destaque maior do trabalho do Suricato vai para as letras, que mostram uma criatividade que caso as músicas tivessem um pouco de punch poderia até estourar a bolha na qual a banda se encontra. Em “Foi”, Rodrigo Suricato demonstra esse talento com as palavras, que permeia quase tudo em Marshmallow Flor de Sal, embora algumas coisas ali na construção da música soem meio fora do lugar.

Passo além

Em “Lua de Saudade”, o clima fica mais alegre em um interesse contraste com a letra triste. O clima dúbio continua em “Vênus”, um pouco mais acelerada em relação às outras, mostrando o que poderia fazer um disco melhor. Mas talvez essa não fosse a intenção do artista, que busca mais o contemplativo. Quando coloca mais energia e busca a catarse, se sai melhor, como em “A vida é inédita”. que conta com um crescendo em sua execução até explodir num refrão empolgante.

Talvez a vontade de atingir um público um pouco maior e tocar em rádios e listas de Spotify tenha segurado um pouco a tentativa de fazer coisas mais novas. O disco é bom, porém, esse algo mais para estourar ou ter uma identidade que não soe apenas como seus ídolos é algo que fica parecendo faltar para aquele “passo além”.

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Ouça Marshmallow Flor de Sal, novo álbum do Suricato (2022)

Marcelo Fernandes

Jornalista, músico diletante, produtor cultural e fã de guitarras distorcidas e bandas obscuras.
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Créditos Galáticos: 3

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