The Crown crítica da quinta temporada 5 da série Netflix 2022

Foto: Netflix / Divulgação

Quinta temporada de ‘The Crown’ sugere um final apressado da série

Pedro Marco

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21 de novembro de 2022

Após um hiato de dois anos, a megaprodução The Crown, da Netflix, sobre o segundo período elisabetano da Inglaterra, estreia sua quinta e penúltima temporada. O novo ano da série marca a troca final de elenco para retratar os últimos momentos do mais longevo reinado inglês e, assim como os anteriores, traz um time megaestrelado e que nos transporta de volta para a década mais caótica da coroa britânica.

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Mudanças no elenco de The Crown

O manto da rainha Elizabeth II passa da icônica Olivia Colman para Imelda Staunton, conhecida principalmente por seu papel como Dolores Umbridge no filme “Harry Potter e a Ordem da Fênix”. O papel que havia sido iniciado com Claire Foy nas primeiras temporadas, consegue unir a impostura de uma das mulheres mais poderosas do mundo e com decisões de mão de ferro, mostrada pela primeira intérprete, com a inocência, ingenuidade e tom leve da seguinte.

Imelda não apenas é uma imagem visual da monarca, como consegue vencer seus papéis caricatos e transpor para a tela a senhora pomposa que veio a falecer poucas semanas antes da estreia dos novos episódios.

Ao seu lado, o papel do Duque de Edimburgo, que iniciou com o explosivo Matt Smith e passou ao sereno e sonhador Tobias Menzies, agora é assumido pelo veterano Jonathan Pryce (Alto Pardal, de “Game of Thrones”, e Papa Francisco, em “Dois Papas”).

Com a nova troca, o eterno amor da rainha fecha seu ciclo de construção indo de um jovem inquieto com sua nova posição, até um príncipe completamente confortável em seu posto. A química entre os dois, porém, talvez seja o ponto mais baixo da troca, deixando de lado o grande balé de olhares e gestos das duplas anteriores.

Holofotes para o trio Charles, Camila e Diana

No entanto, entre outras trocas de menor ênfase, como a despedida de Helena Bohan Carter no papel da princesa Margareth, os holofotes se viram em definitivo para o trio Charles, Camila e Diana. O atual rei deixa sua roupagem de garoto bobo, mimado e assustado de Josh O’Connor, e nos é mostrado como um homem decidido a ser rei, que desafia seus superiores, arquiteta planos, e pode estar até mesmo armando contra sua própria mãe.

Dominic West – que foi criticado por ser bonito demais para interpretar o antigo príncipe de Gales – assume um posto quase antagônico na história, como o causador de grande parte das crises que tornaram a década de 90 os anos sombrios do Palácio de Buckingam.

A seu lado, Camila Parker Bowls tem uma das sequências mais sutis, mantendo a figura da mulher de vida dupla que se dividia entre a mãe amorosa de família e a amante do filho da rainha. A transição de Emerald Fennell para Olivia Williams é bastante natural, e serve como rima narrativa para os casos anteriores de amores proibidos mostrados nas temporadas anteriores.

Por fim, mas não menos importante, a amorosa e doce Emma Corrin, que retratava os primeiros e inocentes anos da Princesa de Gales, é substituída por uma mais madura e séria Elizabeth Debicki. A evolução da Lady Di de uma garota apaixonada para uma mãe coruja, uma esposa traída, e agora uma mulher em busca da liberdade, rouba por completo a trama que originalmente era da sua ex-sogra. Dentre uma dúzia de interpretes, indo de Naomi Watts até a recente Kristen Stewart, Debicki consegue entregar todo o clima da princesa ensolarada que teve seu brilho sendo apagado dia após dia diante das câmeras.

Ato final

A preparação para o ato final, no entanto, acaba sendo a mais arrastada dentre os cinco anos da série. Por mais que coincidências e ligações entre pessoas seja algo divertido, e em vários casos, importante, separar um episódio de uma hora para contar a vida do mordomo do sogro da Lady Di… Talvez tenha sido um pouco demais.

A trama dos Fayed, que tem a relevância de terem presenciado os últimos minutos de vida de Diana Spencer, acaba ficando sem ligação direta com a trama principal, em um arco que poderia (e deveria) ter sido fechado dentro dos dez episódios.

A quinta temporada de The Crown exalta uma de suas peculiaridades de opiniões divididas, com episódios contidos e muitas vezes sem peso direto para o que está sendo contado. O livro sobre a vida de Diana, o incêndio no castelo de Windsor e até mesmo as relações entre a coroa britânica e os Romanov, acabam sendo deixados de lado quando uma nova abertura aparece, e ressaltam que nem todos os fatos precisavam ser abordados.

Enquanto as repercussões mistas com a série incomodando defensores da coroa, e até mesmo seus integrantes remanescentes, e sendo defendida por seu elenco, aguardamos pela suposta última temporada de The Crown, que segue sem data de estreia.

Caso, de fato, vá até os momentos finais da vida de Elizabeth, em 2022, a série terá de cobrir 25 anos de história, ao invés dos comuns 10 anos, o que pode inverter de uma temporada incomodamente arrastada para um desfecho apressado.

Onde assistir à quinta temporada da série The Crown?

A saber, a série The Crown está disponível para os assinantes da Netflix.

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Trailer da quinta temporada da série The Crown

The Crown (Temporada 5): elenco da série

Imelda Staunton

Jonathan Pryce

Lesley Manville

Dominic West

Jonny Lee Miller

Olivia Williams

Claudia Harrison

Natascha McElhone

Marcia Warren

Elizabeth Debicki

Ficha Técnica da temporada 5 da série The Crown

Título original da série: The Crown

Temporada: 5

Episódios: 10

Duração: de 49 a 58 minutos

Criação: Peter Morgan

Direção: Jessica Hobbs, Alex Gabassi, May el-Toukhy, Christian Schwochow, Erik Richter Strand

Roteiro: Peter Morgan

País: Estados Unidos, Reino Unido

Gênero: drama, biografia

Ano: 2022

Classificação: 14 anos

Pedro Marco

Pedro Px é a prova de que ser loiro do olho azul e com cabelos e barbas longas, não te garantem ser parecido com o Thor. Solteiro, brasiliense e cozinheiro, se destaca como autor de 7 livros, host do Pipocast, membro da Academia de Letras de sua cidade, fundador de Atlética universitária, padrinho da Helena, e nos tempos livres faz 40h semanais como engenheiro civil. Escreve sobre cinema desde que tudo aqui era mato, sendo Titanic seu filme favorito
3.5

Créditos Galáticos: 3.5

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