Mesmo com deslizes, ‘O Telefone Preto’ é um bom suspense com pitadas de terror
Agenor Florentino
Com direção de Scott Derrickson e protagonizado por Ethan Hawke, que interpreta um sequestrador de crianças no final dos anos 70 em Denver nos Estados Unidos, O Telefone Preto (The Black Phone) estreia nos cinemas brasileiros em 21 de julho.
Na trama, em meio a sua onda de terror, o sequestrador faz mais um refém o jovem Finney (Mason Thames), que agora fará de tudo para não ser apenas mais uma vítima do terrível criminoso, mas sim sua última, acabando com essa onde de medo e terror.
Adaptação do livro
O Telefone Preto se trata de uma adaptação do conto do livro de Joe Hill, e consegue trazer aqui uma ótima ambientação. Toda a criação de anos 70 é muito convincente, desde as referências de músicas, assim como filmes, vestimentas e costumes da época. Detalhes muito importantes de uma época onde a prevenção para com a segurança e a comunicação eram feitas de modo muito precário, o que dá ainda mais veracidade à história.
Existe também um contexto de desenvolvimento do personagem Finney, que é uma criança muito retraída e não consegue lidar com as dificuldades do dia a dia. Morando apenas com seu pai e sua irmã mais nova, ele presencia várias situações onde não consegue fazer nada para revidar nem se defender ou defender quem mais ama. Mas isso muda completamente de cenário depois que o mesmo é sequestrado e não tem mais outra opção a não ser lutar. E agora será pela sua própria sobrevivência.
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Cenários diferentes
Aqui temos dois cenários que se completam juntamente à narrativa: um deles é a onda de sequestros ainda não solucionados. A outra é o enclausuramento de Finney, que segue muito os moldes de filmes como Rua Cloverfield 10 e O Quarto de Jack, onde a vítima está a mercê do seu sequestrador e precisar juntar forças tanto físicas quanto psicológicas para poder sobreviver e escapar daquela situação.
O detalhe para o telefone preto em particular que dá nome ao filme funciona como um recurso do roteiro para que possamos conhecer mais as outras vítimas do sequestrador, seja por meio de flashbacks ou pelo recurso das próprias – ao que se parece – conseguirem se comunicar com Finney. Dessa forma, ele tem a chance que nenhum outro jamais teve: fugir daquele lugar.
A vilania do sequestrador é algo muito bem-feito. Toda a ameaça com as máscaras e o modo de agir dão cada vez mais medo ao espectador, pois a mudança repentina de humor causa uma incógnita do que realmente aquela pessoa quer. Em alguns momentos, o filme brinca muito com o terror, mas esse não é o foco de O Telefone Preto. Apesar de gerar alguns bons sustos, a narrativa parece ser muito bem direcionada para a história que vai se desenvolvendo e tomando corpo juntamente à investigação policial que tem a ajuda da irmã de Finney, que tem sonhos aparentemente premonitórios que irão ajudar a encontrar o refém.
Pequenos problemas
Infelizmente, nem tudo são flores, e talvez essa história secundária tire um pouco da magia do mistério do filme, entregando elementos crucias que tornam o último ato da obra até um pouco previsível. Isso é uma pena, pois as poucas aparições, bem como o baixo desenvolvimento do vilão mascarado, deixam aquele gostinho de quero mais.
Mas até mesmo com estes pequenos deslizes, O Telefone Preto cumpre seu papel, entregando uma boa história de superação em meio a um bom suspense com pitadas de terror. Certamente é um prato cheio para os fãs do gênero.
Onde assistir ao filme O Telefone Preto?
A saber, O Telefone Preto estreia na quinta-feira, dia 21 de junho de 2022, exclusivamente nos cinemas brasileiros.
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Trailer do filme O Telefone Preto (2022)
O Telefone Preto (2022): elenco do filme
Mason Thames
Madeleine McGraw
Ethan Hawke
Jeremy Davies
Ficha Técnica do filme O Telefone Preto (2022)
Título original do filme: The Black Phone
Direção: Scott Derrickson
Roteiro: Scott Derrickson e C. Robert Cargill, baseado no livro de Joe Hill
Duração: 103 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: drama
Ano: 2021
Classificação Indicativa: 16 anos