AQUAMAN | Confira as principais adaptações, referências e easter eggs do filme

Italo Goulart

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12 de dezembro de 2018

Esse texto contém SPOILERS

Essa semana, dia 13, estreia o tão aguardado e o mais novo filme da Waner/DC, Aquaman! Depois do grande sucesso de Mulher-Maravilha e do não tão bem-sucedido Liga da Justiça, a esperança é que esse longa-metragem traga boas novas ao DCU. Feito que consegue incrivelmente bem, apesar de alguns fatores.

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Baseado numa história criada por James Wan (o diretor), Will Bill e Geoff Johns (roteirista das primeiras edições da revista do Aquaman nos Novos 52*, e produtor executivo do longa), e roteiro de David Leslie Johnson-McGoldrick (Invocação do Mal 2) e Will Beall (“Caça aos Gangsteres”, da série de TV “Training Day”), o filme traz a origem e a ascensão de um dos heróis mais poderosos da DC.

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“Novos 52”* foi um relançamento das histórias em quadrinhos da DC, que fez um reboot e alterações nas histórias de alguns personagens da editora. A partir de agora, irei referencia-lo somente como “N52”.

Criado por Mort Weisinger e Paul Norris, Arthur Curry, o Aquaman, é uma mistura de atlante e humano. Primeiro filho da rainha de Atlântida, Atlanna (no filme interpretada por Nicole Kidman, de “Lion – Uma Jornada Para Casa”), que fugiu de um casamento arranjando e que parou próximo ao Farol Curry, localizada na pequena cidade costeira chamada Baía da Anistia, e que era propriedade e operada por Tom Curry (Temuera Morrison, “Star Wars: Episódio 2 – Ataque dos Clones”, “Lanterna Verde”). Ali nasce um relacionamento proibido, repleto de amor e que gerou o futuro rei de Atlântida, e que traria consequências trágicas no futuro.

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Foto: Warner Bros. Pictures / Divulgação

A história começa com o Arthur Curry (Jason Momoa) salvando um submarino russo de um ataque de piratas, que traz uma sequencia de ação com muita violência e pancadaria e que também serve de introdução para um dos vilões do filme, o Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II, da série da Netflix “The Get Down”). Essa introdução é referência direta à história escrita por Geoff Johns em “N52” e depois adaptado para a animação Liga da Justiça: Trono de Atlântida, de 2015.

Mesmo após os acontecimentos do filme da Liga da Justiça — que foram vagamente mencionados —o mundo ainda parece duvidar da existência dos meta-humanos. Aquaman é motivo de piadas e descrença por parte da grande parte população e da mídia, e parece não se importar muito com isso, mas é considerado para alguns moradores um herói local.

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Em Atlântida, Orm/Mestre dos Oceanos (Patrick Wilson, dos filmes “Invocação do Mal”, “Watchmen – O Filme”) meio-irmão de Aquaman, é o atual Rei de Atlântida. Com uma motivação não muito clara, ele decide declarar guerra ao povo da superfície, mas, para isso, ele tem que conseguir o apoio de todos os outros povos submarinos e se consagrar como o Mestre dos Oceanos. Ao seu lado segue Vulko (Willem Dafoe,“Platoon”, “Homem-Aranha 2”), conselheiro do trono de Atlântida, e seu primeiro aliado nessa guerra,  Nereus (Dolph Lundgren, dos filmes “Os Mercenários”), rei da tribo atlante Xebel e pai de Mera (Amber Heard, “Liga da Justiça”, “Magic Mike XXL”),  uma guerreira destemida e que se tornará aliada de Aquaman ao longo de sua jornada. E com a ajuda do Arraia Negra, ele irá atrás de conseguir o que deseja.

Foto: Warner Bros. Pictures / Divulgação

A arrogância inicial e o desinteresse pelos assuntos relacionados à Atlântida vão sendo minados com a chegada de Mera em sua vida e a quase morte de seu pai devido ao primeiro ataque de seu irmão à superfície. E, ao longo do filme, ele passa por uma transformação — com grande facilidade para quem não queria se envolver — e consegue se ver como um real intermediador entre os povos dos oceanos e os da superfície. Uma clássica Jornada do Herói.

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Apesar das quase 2 horas e meia de duração, o filme tem certo tom de urgência, mostrando assim um roteiro preguiçoso, sem muita profundidade nos personagens (deixando até alguns de lado, como o caso do Dr. Shin, personagem chave na história do Aquaman), e localidades visitadas por eles e por vezes, soluções fáceis para conflitos complicados. A origem do personagem é contada a partir de flashbacks bem pontuais, tais como em “N52”, o que é bem assertivo para um personagem septuagenário e relativamente conhecido do grande público, o que o torna o filme menos de origem e sim de ação e aventura do herói, como gostaríamos que fosse.

Foto: Warner Bros. Pictures / Divulgação

O Aquaman de Jason Momoa perde o tom inocente que aparentou em Liga da Justiça, mas mantém, em partes, a atitude um tanto inconsequente e potencializa sua característica de brucutu e badass, principalmente nas cenas de luta. Ele, enfim, casou bem com o personagem. As mulheres são um show à parte durante a trama. Kidman como Atlanna incorpora bem a gentil e meiga esposa e mãe, mas quando tem que proteger seus entes queridos, ela mostra força e capacidade para lidar com a ameaça, assim como a Mera.

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Aquaman é a grande aposta da DC para sair desse mar de lama que eles mesmos foram criando ao longo de suas produções, com efeitos especiais grandiosos e com um tom épico, entrega um filme que vai acabar matando a piada de que o personagem é um inútil e que só fala com os peixes. James Wan sabe como dirigir um filme que é entretenimento puro, mas mostrou também uma grande capacidade técnica nos jogos de câmeras e transições entre cenas e ambientes. Esse filme é um mergulho certeiro na diversão, sem tramas complicadas e sem exigir demais do espectador, é só pegar a sua pipoca e se divertir.

Foto: Warner Bros. Pictures / Divulgação

Easter eggs

James Wan, em entrevista para divulgar o filme, comentou de easter eggs e referências ao longo do filme. Pescamos alguns para mostrar para vocês:

  • Quando o Aquaman vai se comunicar com os peixes, ele faz o mesmo som usado no desenho  dos anos 70, “Super Amigos”;
  • Na cena do aquário, onde descobre que pode se comunicar com os peixes, lembra quando Harry Potter descobre que pode falar com cobras, e isso se repete mais ao final do filme;
  • Atlanna, quando acorda na casa de Tom Curry, destrói a televisão que parece estar passando a série televisiva “O retorno do Capitão Nemo”, de 1978, que também começa com um ataque a um submarino, e que o Capitão Nemo é comandado a confrontar quem o atacou;
  • Na mesma sequência, é possível ver na mesa um exemplar da obra “O Horror de Dunwich”, escrita por H. P. Lovecraft, que a história conta sobre um ser híbrido, meio homem, meio besta que trará o fim da humanidade;
  • O Kraken mostrado no filme está localizado no Atlântico Norte e aprisionado na profundezas do oceano, exatamente como descrito em sua mitologia;
  • Jason Momoa, que tem descendência direta dos polinésios (e com sua nova origem para o filme), algumas vezes demonstra parte do “Haka” dança típica do povo Maori, que pode ser usada para intimidar inimigos;
  • Antes de confrontar Orm, Vulko pergunta se ele está preparado para a luta, e ele diz que se preparou com “Cobra Kai”, referencia à série baseada no filme “Karate Kid”;
  • Ainda quando vai confrontar o irmão, eles vão para uma espécie de Coliseu, chamado o “Anel de Fogo” ou “Círculo de Fogo”, a mesma localidade do filme, área com grande instabilidade geológica no Oceano Pacífico;
  • Na cena em que estão no avião, sobrevoando um deserto, o piloto da aeronave é o Leigh Wahnnell, co-criador de “Jogos Mortais” ao lado de Wan e parceiro recorrente em suas produções;
  • No “N52”, é o Arraia Negra que mata o pai do Aquaman e, por consequência de um engano, o herói acaba matando o pai do Arraia Negra, o que gera a sede de vingança eterna entre ele;
  • Em um momento em que Aquaman e Mera estão saindo de dentro do mar e vão caminhando em direção à praia, a cena fica em câmera lenta com o pôr do sol no fundo. De repente, começa tocar a música de “Baywatch”, série que Jason Momoa participou em meados da década de 90.

Italo Goulart

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