As Panteras 2019

‘As Panteras’ (2019) | CRÍTICA

Mayara Ferreira

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14 de novembro de 2019

Suponha que alguém lhe conte a seguinte história: uma arma tecnológica letal está prestes a cair nas mãos erradas e ser um desastre para a humanidade. Agentes de uma empresa de segurança internacional são responsáveis por impedir que isso aconteça e vivem uma aventura cheia de lutas, perseguições e reviravoltas para solucionar o problema. Você pensou em um filme de ação com homens, certo? O novo Missão Impossível? Pois bem, esse é  o resumo do novo filme da franquia As Panteras (Charlie’s Angels), estrelado por Kristen Stewart, Naomi Scott e Ella Ballinska. Três mulheres, certo?

Além disso, o longa ainda é dirigido por Elizabeth Banks, que divide a tela com as protagonistas, sendo a nova Bosley, a detetive ajudante das Angels.

Protagonismo Feminino

Mais do que um reboot dos filmes As Panteras, de 2000, e As Panteras: Detonando, de 2003, podemos esperar um novo filme de ação e empoderamento feminino, vivido em pleno contexto da segunda década do milênio: uma trama ligada a tecnologia e poder, mulheres ocupando lugares de destaque e realizando atividades antes dominadas por homens, como a ciência. O principal diferencial do filme, aliás, é o verdadeiro protagonismo das mulheres.

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História sobre mulheres, para mulheres

Diferentemente de Oito mulheres e Um Segredo, por exemplo, spin-off da franquia de sucesso protagonizada por homens, que repete um estilo de roteiro apenas incluindo a presença de mulheres, As Panteras oferece uma história sobre mulheres, para mulheres. Afinal, o longa aborda temas como o machismo no trabalho; a marginalização das mulheres das tomadas de decisão; desvalorização de suas capacidades; bem como todo o contexto social ao qual estão submetidas no dia a dia.

Ademais, o roteiro oferece respostas a cada uma dessas questões sem esgotar o assunto ou transformar o filme em uma história sobre isso. Com a sutileza que só uma mulher diretora poderia trazer. Nesse ponto, Elizabeth Banks também merece congratulações por ser a roteirista do longa.

Mais convincente que os antecessores

Ao contrário dos filmes anteriores, com cenas que, muitas vezes, se mostravam mais preocupadas em ressaltar a beleza das atrizes em situações cômicas do que demonstrar uma sequência de ação propriamente, o novo longa se preocupa mais em apresentar um roteiro de ação mais verdadeiro, contando com obstáculos e plot twists que prendem a atenção do espectador.

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Enquanto víamos Cameron Diaz, Lucy Liu e Drew Barrymore voando pelos ares em quedas de aviões extraordinárias, movimentos de luta satíricos e tomadas recheadas de efeitos especiais, o texto de Elizabeth Banks apresenta cenas que destacam as habilidades individuais e desenvolvem as  personagens Sabina, Jane e Elena.

Outro ponto positivo é que a fetichização excessiva das Angels também ficou no passado. Ou seja, o longa apela menos para a solução de problemas com a proposta da “femme fatale”. O que demonstra que as mulheres podem ser mais que um rostinho bonito.

Em suma, podemos esperar do novo As Panteras um filme divertido, com uma trama convincente, com a devida “licença poética” dos filmes de ação hollywoodianos. Temos muitas cenas de lutas com movimentos super orquestrados e habilidades incomuns das personagens, bem como dispositivos ultra-modernos que agilizam toda a missão e algumas “ajudinhas” que facilitam o roteiro. Contudo, ainda assim, uma trama convincente, que cumpre um dos principais papéis do cinema: entreter o espectador.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Charlie’s Angels
Direção: Elizabeth Banks
Elenco: Naomi Scott, Elizabeth Banks, Kristen Stewart
Distribuição: Sony
Data de estreia: qui, 14/11/19
País: Estados Unidos
Gênero: ação
Ano de produção: 2017
Duração: 100 minutos
Classificação: 14 anos

Mayara Ferreira

Publicitária, amante de cinema e conversas filosóficas de bar. Ama a epifania gerada pela 7ª arte e, por isso, resolveu começar a escrever sobre. Como boa cinéfila, não assiste filmes dublados e perturba os amigos até conferirem suas indicações. Mas, no fundo, é uma pessoa legal.
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