Blah Entrevista: Fabíola Carvalho, cantora de MPB

Thiago Gomes

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22 de dezembro de 2013

A cantora Fabíola Carvalho acaba de lançar o CD “Loucura e Ternura” com produção do consagrado Roberto Menescal. Apesar de sua formação em Canto Lírico, ela passeia por diversos estilos da música popular brasileira com total ginga de carioca e consegue trazer em sua música a doçura e a firmeza de uma mulher. Segundo a própria, em seu website, “A paixão pela arte, pela vida, pela música é o que me move.”

Como foi a escolha do repertório das músicas do CD?

Fabíola Carvalho: A produção musical foi feita pelo Eduardo Trentin e André Gomes, mas o Roberto Menescal ajudou, deu algumas dicas. Deu ideias em composições que já estavam terminadas, como a música “Solidão nunca mais”, em parceria com Andreia Amorim. Quando resolvi fazer o CD eu tinha escrito 6 músicas, gravei com um pianista da UFRJ a harmonia e melodia no computador. Marquei de fazer o CD e começamos em 3 meses. No total, são 10 músicas.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Quando começou o seu desejo por compor?

FC: Sempre gostei, desde criança. Não sabia escrever e pedia para minha avó escrever as letras. Já criava letras com melodia antes dos 5 anos. Cantar e compor sempre foi algo natural pra mim.

Quando pensou em ser cantora profissional?

FC: Não tive muitos sonhos. Na infância e na adolescência eu queria ser coreógrafa, mas durou muito pouco. Depois quis ser médica pediátrica e, por último, cantora. Aos 15 anos comecei a participar de festivais, concursos nacionais, jovens talentos. As pessoas falavam que eu precisava ser musicista, que precisava estudar para virar uma cantora de ópera. Com 15 decidi que iria fazer faculdade na UFRJ.

Como você chegou na música popular?

FC: Eu comecei no palco cantando Whitney Houston, Marisa Monte, depois com 14 anos fui pro canto lírico. Depois decidi seguir pelo canto popular. Não seria capaz de compor uma ópera. Tinha vontade de compor canções, pois gosto muito de poesias.

Esse é o primeiro CD que você grava ?

FC: De música popular é o primeiro. Meu primeiro trabalho solo. Já participei de gravações de outros CDs de música erudita. Tenho CD com orquestra, em que era solista e participava do coro.

Como foi a ideia de montar o show do CD ‘Loucura e Ternura’?

FC: Quando eu terminei a faculdade pensei no que iria fazer, fiquei um tempo sem ideias, tive propostas para ir para Nova York para cantar ópera. Acabei não aceitando e fiquei sem saber o que iria fazer pra frente. Decidi fazer um curso de produção e nesse curso eu tinha que criar um projeto. Pensei em criar um CD, daí comecei a escrever. O cenário do show seria uma casa com um bar, cozinha e cada local que fosse passando cantaria uma música que tivesse alguma relação com o ambiente. O nome era ‘Casa Brasileira’, entretanto, ao logo do tempo foi se modificando e criando a ideia do ‘Loucura e Ternura’. Quis fazer um CD que não fosse acústico, que tivesse uma pegada de música eletrônica. Algo que fosse para um público mais jovem.

Como você conheceu o Roberto Menescal?

FC: Eu cantava na orquestra da USP e tinha um amigo chamado Vagner que conhecia o Menescal, me passou os contatos dele e liguei. Marcamos uma reunião para mostrar a minha ideia. Daí ele ouviu as composições e gostou. Naquele momento vi que estava no caminho certo. O show é MPB, Jazz e Blues. Arranjos de ‘Chega de Saudade’ do Tom (Jobim) com ‘Não nego’ composição minha, Cazuza, Elton John, Codinome Beija-Flor, Luiz Melodia.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Como é o seu processo de composição?

FC: Não tenho processo de composição. Cada caso é um caso, posso ouvir um acorde de piano, me inspirar e sair alguma coisa. Posso estar no meio da rua e compor algo só na voz. Posso compor também escrevendo. Assim escrever um texto e depois colocar uma melodia. Outra coisa que eu faço também é colocar um instrumental e começar a improvisar com a voz . A partir daí crio uma letra com o improviso.

Quais as músicas que você escuta? Quais os seus artistas preferidos?

FC: Como vivo de música, acabo sempre voltado no repertório que vou fazer. No momento estou escutando Elza Soares. Estou encantada com as músicas dela. Gosto muito de pesquisar, principalmente MPB. Descobrir artistas novos. Estudo Chico Buarque, clássicos de jazz. Sou bem eclética, escuto um pouco de tudo.

Você acha importante conhecer os novos lançamentos ?

FC: Sim, eu acho importante saber do que o público está gostando.

Você já participou de algum musical?

FC: Já participei de um chamado ‘Arranjos Perdidos’ com “André Réus”. Mas o que gosto mesmo é de montar meus shows. Estou trabalhando agora na CNARTE, acho muito interessante fazer preparação de atores. Possuir um repertório bem legal. Os musicais em geral se aproveitam bem da voz e pode-se trabalhar muitas nas músicas. Outra coisa interessante é a mistura da música com o teatro. Acho genial. É uma preparação um pouco mais abrangente, o cantor tem que dançar e interpretar.

O que você acha desse momento de internet, o mercado fonográfico caindo, mídias novas surgindo? O que você pensa desse novo cenário?

FC: Na verdade o mundo está se modificando e eu acredito que daqui há algumas décadas não existirá televisão nem rádio convencionais. Realmente estará tudo voltado para a internet. E acho maravilhoso, pois é um meio de comunicação que nós temos. O artista autônomo não precisa investir tanto, como se precisaria para passar numa televisão ou numa rádio mais famosa. E na internet existem muitos espectadores. Recentemente fiz um show pela internet que 170.000 pessoas assistiram, na Rioweb TV. O nosso futuro está na internet. Um meio mais democrático de atingir o público, principalmente os jovens.

Porque o CD tem esse nome ‘Loucura e Ternura’?

FC: Tinha uma música que se chamava “Loucura e Ternura” e ela tem um pouco de relação com o que eu sou. Achei legal. Como praticamente escrevi tudo e criei, é um nome que se parece comigo essa ideia do CD. As músicas do show, quando organizei o repertório assim, essa é ternura e essa é loucura. Não é só coisa eterna, só amor bonito. Tem momentos do show que tem algumas brigas, algo um pouco mais agressivo que é um pouco da loucura. Então as pessoas podem esperar momentos tênues e carinhosos.

Making Of do clipe de "Não Nego" (Foto: Divulgação)

Making Of do clipe de “Não Nego” (Foto: Divulgação)

Quais os projetos para 2014?

FC: Vou lançar o videoclipe da música “Loucura e Ternura” no dia 23 de Janeiro no Centro de Referência da Música Carioca na Tijuca. Estão todos convidados!

Como as pessoas podem te encontrar, saber informações sobre o seu trabalho?

FC: Vocês podem me achar pelo site oficial, pela Fan Page do Facebook e/ou pelo canal do Youtube.

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Thiago Gomes

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