Caleidoscópio crítica da série da Netflix 2023

Foto: Netflix / Divulgação

‘Caleidoscópio’ não é genial como tenta se vender, mas diverte

Wilson Spiler

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3 de janeiro de 2023

E 2023 já começou com um grande lançamento da Netflix: Caleidoscópio (Kaleidoscope), nova série que traz nomes famosos como Giancarlo EspositoRufus Sewell, Paz Vega e Tati Gabrielle no elenco.

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Caleidoscópio tem diferentes maneiras de se assistir

Mas o que vem chamando a atenção para a série não é apenas o seu cast renomado, mas sim a inovação que a Netflix traz para os espectadores. Isso porque, em tese, Caleidoscópio não deve (ou não precisa) ser assistida de forma linear. Assim, o assinante pode tentar entender a narrativa vendo a produção nas mais diferentes ordens.

Os capítulos, em vez de numerados, recebem nomes de cores diferentes e a Netflix vai disponibilizar a série em uma ordem diferente para cada usuário, dando a eles uma rota diferente na história. Ou seja: a maneira com que eu assisti pode ser completamente distinta da que você teve disponibilidade.

O que vai de acordo com o nome do seriado, já que caleidoscópio é um aparelho óptico que, a cada momento, apresenta as mais variadas e interessantes combinações, se tornando um conjunto de coisas que se sucedem ou mudam.

Qual a ordem para assistir aos episódios de Caleidoscópio?

A cronologia dessa primeira temporada de Caleidoscópio é a seguinte:

  • Violeta: 24 anos antes do assalto;
  • Verde: 7 anos antes do assalto;
  • Amarelo: 6 semanas antes do roubo;
  • Laranja: 3 semanas antes do assalto;
  • Azul: 5 dias antes do assalto;
  • Branco: O dia do assalto;
  • Vermelho: Na manhã seguinte ao assalto;
  • Rosa: 6 meses após o assalto.

Embora o episódio “Branco” seja o dia do assalto e os demais se passem depois do crime, a Netflix recomenda que o assista no fim para manter a graça do seriado.

O criador da série é ninguém menos que Eric Garcia, que escreveu o roteiro do ótimo “Repo Men”. Ele convidou diferentes cineastas para dirigir a produção, entre eles o brasileiro José Padilha, que esteve no comando de dois episódios. Diante de tantos atributos, é quase impossível não se interessar para ver Caleidoscópio.

Caleidoscópio é uma história real?

A história da série Caleidoscópio é vagamente inspirada em eventos da vida real em torno do furacão Sandy, que assolou Nova York em 2012. Na época, US$ 70 bilhões em títulos ao portador não declarados desapareceram do centro de Manhattan. Conforme relatado pelo NY Post, o ciclone tropical levou à inundação de um cofre subterrâneo de 10 mil pés quadrados, de propriedade do Depository Trust and Clearing Corp., que teria destruído 1,3 milhão de papéis.

Diante de todo esse contexto, vamos à trama de Caleidoscópio. Na história, Leo (Giancarlo Esposito) é um ladrão magistral que busca reunir uma equipe para fazer o assalto do século organizado durante 25 anos: roubar US$ 7 bilhões. Mas, para o plano dar certo, eles terão que lidar com traições, ganâncias e muitas outras ameaças.

A trama se assemelha bastante à outra série de muito sucesso na Netflix: “La Casa de Papel”. Um protagonista super inteligente, com cara de bom moço e um passado de trabalhador, mas que nunca consegue sair do buraco. Então, ele reúne os mais diversos profissionais do crime para realizar o grande assalto.

Vale a pena ver?

Embora a premissa da ordem dos episódios seja bem interessante, assistir com uma cronologia diferente não vai fazer tanta diferença se o espectador estiver atento ao que vê na tela. A ideia é boa, mas a execução nem tanto.

Os personagens são relativamente estereotipados, com a maioria deles já tendo sido vistos em outras séries e filmes sobre assaltos. Além do protagonista de Esposito, um novo Professor (Álvaro Morte), da já referenciada “La Casa de Papel”, há a mulher durona interpretada por Paz Vega; o vilão caricato Roger Salas (Rufus Sewell); o amigo para todas as horas Stan (Peter Mark Kendall); que sofre pela mocinha descolada Rosaline (Judy Goodwin). Além disso, todos contam com a ajuda de um parente do “mestre”, no caso aqui, a filha Hannah (Tati Gabrielle).

Adicione a todos esses personagens “conhecidos” um roteiro simples, com diálogos não tão bem elaborados, um drama que pouco convence e resoluções à la ‘Deus ex machina’. Por outro lado, os cortes rápidos na edição ajudam a dar mais agilidade à série, o que é um ponto positivo para os diretores. As atuações também ajudam elevam o patamar da série, assim como algumas decisões surpreendentes em relação a alguns de seus protagonistas.

Embora diante de alguns problemas evidentes, Caleidoscópio vale pela tentativa de inovação – ao menos na maneira pela qual assistimos à série. Mesmo não sendo genial como a produção tenta se vender, a diversão é garantida.

Onde assistir à série Caleidoscópio (2023)?

A saber, Caleidoscópio estreou neste domingo, dia 1º de janeiro de 2023, no catálogo da Netflix.

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Trailer da série Caleidoscópio (2023), da Netflix

Caleidoscópio (2023): elenco da série da Netflix

Giancarlo Esposito

Rufus Sewell

Paz Vega

Tati Gabrielle

Ficha Técnica da minissérie Caleidoscópio (2023), da Netflix

Título original da série: Kaleidoscope

Temporada: 1

Episódios: 8

Duração: de 37 a 56 minutos

Criação: Eric Garcia

Direção: Russell Lee Fine, José Padilha, Everardo Gout

Roteiro: Eric Garcia, Kate Barnow, Kalen Egan, Evan Endicott, Garrett Lerner, Josh Stoddard, Ning Zhou

País: Estados Unidos

Gênero: ação, drama, policial

Ano: 2022

Classificação: 16 anos

Wilson Spiler

Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.
3

Créditos Galáticos: 3

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