O ritmo brasileiro de Ananda Jacques

A cantora Ananda Jacques lançou recentemente o single ‘Aposta’, um encontro da fascinante Bossa Nova com a moderna MPB. Aliás, agora radicada no Rio de Janeiro, a artista paulista teve a cidade maravilhosa como inspiração para esta faixa. Portanto, os apreciadores de uma boa música brasileira já podem ouvir a canção em todas as plataformas digitais.

A saber, Ananda também é formada em música, e inclusive já deu aulas de violão, canto e teoria musical. Logo, acaba trazendo uma ampla bagagem que reflete na diversidade artística de seu trabalho autoral. Assim, apostando na brasilidade, ela chega como uma das mais promissoras vozes da nova MPB.

Nesse sentido, o ULTRAVERSO convidou a cantora Ananda Jacques para um bate papo em que falou sobre o novo single, carreira e a cena musical carioca. Então, acompanhe a nossa conversa:

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ULTRAVERSO: Ananda, de que maneira a música entrou na sua vida e em que momento ela torna-se o seu ofício?

ANANDA JACQUES: A música entrou na minha vida quando eu era criança, mas como uma brincadeira e uma forma de socializar na nova escola. Assim, eu criava músicas infantis e fazia paródias. Minha mãe conta que um dia, eu – até então muito tímida e bastante nerd – roubei o microfone da professora durante uma festa. Desde então, a música fez de mim uma pessoa mais colorida. Mas, como ofício mesmo foi despertado aos 19 anos, quando participei do projeto Girls Rock Camp e entendi que trabalhar com música também era uma possibilidade para mim. 

Você acaba de lançar o single ‘Aposta’, que tem uma pegada mais nostálgica, remetendo à Bossa Nova, até com alguns versos em inglês. Conte como nasceu essa faixa?

ANANDA: O Rio de Janeiro foi a inspiração para ‘Aposta’, um Rio que eu imaginava, cheio de mistérios e idealizações. Sou sorocabana, mas minha mãe foi criada no Rio de Janeiro e sempre me contou muitas histórias que viveu neste cenário. Por ter família aqui, eu também visitei muito esta cidade, antes de vir para morar.

Além disso, a minha primeira desilusão amorosa foi vivida no Rio. Isso pouca gente sabe, talvez até agora só minha mãe, mas eu realmente sofri por amor nas areias da praia de Ipanema, quando tinha 16 anos [risos]. Também sempre achei interessante ouvir uma canção de bossa nova em português e depois ouvi-la em inglês, quis mencionar isso em ‘Aposta’.

Aliás, esse single fará parte de seu primeiro EP. Fale um pouco sobre o que podemos esperar desse trabalho e quando planeja lançá-lo?

ANANDA: Sim! Esse EP será lançado no primeiro semestre de 2022. No geral, podem esperar algo um pouco mais pop, romântico e até dançante. 

Agora morando no Rio de Janeiro, como tem sido o seu contato com a cena musical carioca?

ANANDA: Meu contato com a cena carioca começou antes mesmo de vir morar aqui, quando a cantora Tuany Zanini gravou uma composição minha em 2019 [Aceso] e fizemos um feat. No início de 2020 toquei aqui no Rio, conheci uma galera muito massa, dividi palco com a Luciane Dom, de quem eu já era fã. Além disso, participei de eventos com artistas que também já estava admirando o trabalho, como a Angélica Duarte e Veronica Bonfim. Mas, durante a pandemia eu fiquei bastante reclusa, estou começando a pensar em sair do casulo.

O que rolou também foi uma parceria com a cantora carioca Juliane Gamboa, em ‘No Espelho’. Nós fizemos a gravação em casa e convidamos várias amigas e familiares para se filmarem [de seus celulares] num momento de autocuidado, aí montamos um clipe de quarentena. 

Falando nisso, sendo uma artista independente, como avalia os desafios que encontrou ao longo da carreira?

ANANDA: Dar conta da parte que não é criar, apresentar, tocar e cantar é um desafio para mim. Logo, lidar com a parte mais burocrática, ser estratégica e fazer meu próprio marketing não é fácil. Mas gasto muita energia com isso. Porém, agora faço parte do selo paulista ‘Alcalina Records’, que vieram para somar nesse sentido.

Sua música tem uma boa dose de MPB, além de ter certa pitada de jazz. Assim, dentro desse universo, quais seriam os principais artistas que você tem como referência no seu trabalho?

ANANDA: Tenho várias referências e vou citar alguns artistas que adoro: como o Milton Nascimento, Elza Soares, Maria Rita, Liniker, Luedji Luna, Xênia França, Tássia Reis, Erykah Badu, Solange, Esperanza Spalding. Aliás, também estou mergulhando na obra da Billie Holiday.  

Durante a pandemia as gravações ficaram limitadas, estúdios não puderam ser abertos. Portanto, como está sendo produzir e gravar canções nesse período?

ANANDA: Pois é! Durante a pandemia, eu comecei a me gravar em casa. Apesar disso, tem sido uma experiência de autoconhecimento interessantíssima, vários testes e descobertas. Afinal, ter autonomia nos processos que envolvem minha música é algo que me estimula. Por exemplo, a faixa ‘Amor de Cafeína’ é bedroom music, porque gravei no quarto [risos]. E gravei ‘Aposta’ no banheiro da área do meu apartamento. 

Para finalizar, qual a sua expectativa para o retorno aos palcos?

ANANDA: Minha expectativa é de fazer shows maravilhosos. Eu amo o palco! Para quem já esteve nos meus shows, sabe que eu adoro cenografia, luz, figurino. Gosto de apresentar o todo, de proporcionar experiências. Além disso, conto sempre com artistas incríveis para montarem isso comigo. Então eu espero somente o melhor. 

Enfim, acompanhe a cantora Ananda Jacques

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Além disso, claro, o (a) cantor(a) ou a banda precisa ter algo gravado com uma qualidade razoável. Afinal, só assim conseguiremos divulgar o seu trabalho. Enfim, sem mais delongas, entre em contato pelo e-mail guilherme@ultraverso.com.br! Aquele abraço!