CRÍTICA | ‘Covil de Ladrões’ traz à tona o que é válido ou não no combate à criminalidade

Paulo Cardoso Jr.

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5 de abril de 2018

Numa Los Angeles tomada pela violência com vários crimes em andamento por minuto, onde até uma estatística é apresentada logo na abertura do filme, o trabalho policial parece cada vez mais sem sentido (alguém lembrou alguma cidade brasileira aí?…). Logo na abertura vemos uma sequência de ação de tirar o fôlego e os primeiros 15 primeiros minutos acreditamos que estamos diante de um excelente filme de ação e ainda com a presença do Gerard Butler, certo? Errado.

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O que mais impressiona é a condição física de Gerard Butler, que precisou ganhar bastante peso para interpretar seu personagem no filme. Aquela barriga tanquinho de “300” ficou no passado, bem como os valores morais do seu antigo personagem. Nick Flanagan é um policial incorruptível, mas essa parece ser mesmo a sua única qualidade, pois bebe em serviço, fuma em demasiado, é intimidador no seu relacionamento com a mulher, beirando quase a agressão, além de usar métodos duvidosos na aplicação da lei que tanto preza. O mais engraçado é que parece que os bandidos é que têm vida normal, pois passam seu tempo com a família, jantam com mulher e filhos, um deles inclusive conhece o namorado da filha que vai levá-la ao baile.

O enredo não poderia ser mais simples, os malvados querem roubar um banco e para isso traçam um plano mirabolante e os bonzinhos (não tão bonzinhos assim) vão tentar impedi-los a qualquer custo e entenda isso ao pé da letra mesmo. Então, o que faz o filme ser no máximo regular? Primeiramente a expectativa gerada logo depois do começo dele. Após a sequência inicial, a velocidade é reduzida para 50 Km/h e só volta a ficar bom nos 15 minutos finais. Como estamos falando de uma produção com duas horas e vinte minutos de duração, temos a impressão que tudo fica meio arrastado. Os diálogos são fracos e com muitos clichês, nada que não se tenha visto em centenas de outros filmes de ação. Querer fazer várias reviravoltas para dar um ar de final imprevisível também não funcionou.

Corra que a AÇÃO ESTÁ EM PONTO DE BALA!

Podemos esperar algo de positivo? Bem, pode-se até questionar a atuação de Gerard Butler, mas o que mais vai chocar é justamente a transformação visual que o ator passou para interpretar o xerife Nick Flanagan, bem diferente de outros mocinhos e das comédias românticas que fez. Para aqueles que são fã de MMA, tem a presença de Max Holloway, Oleg Taktarov, John Lewis e Michael Bisping, que foram lutadores de UFC e participam da trama. Parou por aí? Sim, infelizmente. Covil de Ladrões chega a lembrar um pouco “Os Reis da Rua”, com Keanu Reeves, com a única diferença que aqui não tem policial bonzinho.

Entre mortos e feridos, ficamos com a sensação de que poderia ter sido feito um trabalho bem melhor, já que o projeto ficou 14 anos engavetado em Hollywood. A grande polêmica do filme é justamente essa, trazer à tona o que é válido ou não no combate à criminalidade. Será que o fim justifica os meios? Talvez o maior paradoxo seja esse: será que para se combater o crime e diminuir a violência é preciso ser mais violento e agir acima da lei para que a mesma possa ser cumprida? Dito isso, para por aqui.

::: TRAILER

::: FOTOS

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Den of Thieves
Direção: Christian Gudegast
Elenco: Gerard Butler, Pablo Schreiber, Curtis ’50 Cent’ Jackson
Distribuição: Diamond Films
Data de estreia: qui, 05/04/18
País: Estados Unidos
Gênero: suspense
Ano de produção: 2017
Classificação: 14 anos

Paulo Cardoso Jr.

Jornalista formado pela PUC-RJ e Pós Graduação em "Comunicação com o Mercado" pela ESPM-RJ.
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