Crítica de Filme | Hipóteses Para O Amor e a Verdade

Alê Zephyr

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10 de agosto de 2015

O filme Hipóteses Para O Amor E A Verdade é catalogado como drama, mas pode ser melhor definido como um filme de arte, ou mesmo cult, devido a maneira como apresenta os argumentos, que transportam o espectador de dentro do cinema para o teatro e de volta ao telão diversas vezes. Logo, se definido como sendo de arte, é um filme recheado de acontecimentos, poesia e frases para muita reflexão. Fala da vida em uma metrópole e por isso pode abranger qualquer grande cidade, mas fala mais diretamente ao paulistano.

Com relação à sequências e andamento, o filme segue num ritmo de angústia, calmaria, desespero, loucura e uma cena em particular, logo nos primeiros 20 minutos, extremamente pesada e que tornou o filme, num salto repentino, indicado apenas para maiores de 18 anos.

Isso tudo contrasta com belas sequências, enquadramentos e movimentos sutis da câmera numa cobertura da megalópole paulistana sob o sol da tarde e o infinito pontilhado de luzes da noite numa cidade, acompanhadas de uma muito conveniente trilha sonora.

Aliás, se tem duas coisas no filme que se destacam o tempo todo, são a fotografia impecável e, não só a sincronização, mas a escolha da trilha sonora. Ambas cumprem bem com a função de criar a aura e pano de fundo perfeitos para o desenrolar da história. E falo isso sobre todas as escolhas, desde as eruditas, passando pelas eletrônicas e até a repentina gota de mpb.

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Com relação às atuações, existe um notável 50% ótimas contra 50% medianas. Alguns personagens foram muitíssimo bem interpretados e sente-se a naturalidade dos diálogos, enquanto outros, infelizmente, não convencem na entonação do texto, e logo, nas expressões corporais, o que às vezes tira o espectador da já citada “aura” que o restante da produção se empenha e consegue criar.

Em geral, há de se apenas explicar o que foi visto, escutado e sentido. A qualidade do filme impressiona em geral e consegue arrebatar a todos, fazendo-os refletirem por diversas vezes.

Então, se estiver afim de não só assistir um filme, mas participar de uma experiência de reflexão mais profunda sobre a vida em uma grande cidade, essa é uma obra ideal, e que eu, particularmente, pretendo assistir outra vez.
FICHA TÉCNICA

ELENCO: Ivam Cabral, Luisa Gottschalk, Nany People, Tiago Leal
ROTEIRO: Ivam Cabral
FOTOGRAFIA: Laerte Késsimos
MONTAGEM: Letícia Dimões
MÚSICA: Jonathan Macías
PRODUÇÃO: Rodolfo Vázquez García
DIREÇÃO: Rodolfo García Vázquez
DURAÇÃO: 85 Minutos

Alê Zephyr

Alê Zephyr é um rockeiro e colecionador de biografias e livros de rock. Paulistano, sua profissão é barista, o especialista do café. Não se lembra quando nem como teve início sua paixão por artes.
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