Crítica de Filme | O Presente

Pedro Somini

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2 de dezembro de 2015

“Você superou o passado, mas o passado não te superou.”

Todos cometem erros no passado, guardam rancores e arrependimentos. Porém alguns o superam, outros não, e por mais que você tente enterrar o passado ele virá atrás de você, e isso e inevitável. O Presente, estreia do ator australiano Joel Edgerton como diretor decide retratar essa perseguição do passado e como certas negligências podem lhe trazer problemas no futuro.

Simon (Jason Bateman) e Robyn (Rebeca Hall) são casados e acabam de se mudar para uma nova casa, dispostos a terem um filho. Certo dia Simon se reencontra com Gordo (Joel Edgerton) um ex-colega de classe do segundo grau com quem perdeu o contato, esse decide se aproximar do casal, deixando quase que diariamente presentes na porta de casa, porém após um tempo começa a ser tratado com certa relutância.

A princípio, O Presente é bastante previsível. Você já tem uma ideia do motivo por Gordo ser tão insistente em ser amigo do casal e porque Simon o trata tão rudemente para afasta-lo de sua mulher. Porém o que surpreende é a forma de como a narrativa é conduzida e a incerteza de como ela terminará.

É preciso elogiar a direção de Edgerton, o estreante cineasta não só sabe construir como manter o clima de tensão necessário para a história, principalmente as cenas envolvendo seu personagem, no qual ele sempre consegue causar um terrível incômodo. Aliás, Edgerton ganha vários pontos, afinal, ele não só dirigiu e atuou como produziu e roteirizou o longa de maneira hábil de competente, sem jamais parecer pretensioso.

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Jason Bateman surpreende também, o ator que é conhecido por seus filmes de comédia – muitas vezes de gostos duvidosos – e suas colaborações com o cineasta Jason Reitman, mostra-se empenhado em seu papel ao mostrar que consegue dar certa vivacidade ao seu personagem. Já Rebeca Hall emprega o papel de personagem-orelha do filme, sua empatia e suas reações perante aos acontecimentos são de suma importância para criar uma ponte com o espectador, ato que é realizado com sucesso pela ótima atriz.

E como dito logo em cima, apesar da trama ser previsível ela é capaz de surpreender. Assim como é dito por Simon, Gordo é um homem estranho, com alguns problemas sociais claros, e suas peculiaridades e semblante sempre cansado e incerto dão um toque ameaçador ao personagem. O bom roteiro e boas atuações podem mexer com o espectador, que pode mudar de lado durante várias vezes durante a narrativa, sem nunca saber em quem confiar.

Mas talvez seja melhor não confiar em ninguém.

FICHA TÉCNICA

Título original: The Gift

Gênero: Suspense

Direção: Joel Edgerton

Roteiro: Joel Edgerton

Elenco: Jason Bateman, Reeca Hall, Jel Edgerton, Alisson Tolman, Tim Griffin, Busy Phillips

Produção: Joel Edgerton, Jason Blum, Janette Brill

Ano: 2015

País: Estados Unidos

Pedro Somini

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