Crítica de Filme | Os Tubarões de Copacabana

Eu sempre pensei  que não existia fórmula para se fazer um bom filme, mas ao assistir esse Tubarões de Copacabana percebi que estava enganado. Se eu pudesse aconselhar algum jovem cineasta, a única coisa dita por mim seria para não fazer o mesmo que o novo projeto de Rosario Boyer.

A medonha história acompanha Nando (Raul Gazzola), um corretor de imóveis que se reencontra com seus antigos amigos de surf após um dos membros do grupo ter morrido. Com um pai doente e uma vida monótona, tudo muda quando começa a se envolver com Nicole (Rayanne Morais), filha de seu falecido amigo com sua ex-namorada Zulma (Alcione Mazzeo, terrível).

Há muito que dizer sobre Os Tubarões de Copacabana – muitas coisas pejorativas vale frisar -o suficiente para se escrever um livro. O argumento é interessante, mas seu desenvolvimento é cruel. Por começar nas atuações, um verdadeiro festival de horrores, e a direção de Boyer consegue piorar o que já é ruim. Como alguém tem a capacidade de enquadrar closes em atores tão fracos? É um atentado à arte e tudo o que já foi construído nela.

Rayanne Morais, que interpreta a ninfeta Nicole, atua como uma atriz pornô. Na verdade, já vi atrizes pornôs com muito mais técnica e capacidade de convencimento do que essa pseudo-atriz. E o que dizer de Raul Gazzola? O ator se esforça isso é perceptível, mas parece que escolheu o pior projeto possível para demonstrar que sabe alguma coisa. Alcione Mazzeo e Ricardo Harriot conseguem ser tão sofríveis que Ricardo Macchi, no pouco que parece, faz algo mais aceitável.

Mas se os atores são deprimentes, o desenrolar da história é pior ainda. Com sub-tramas completamente dispensáveis, como a de André Luiz Pereira, que ainda conta com uma participação de Marcos Veras, que deve estar no filme apenas para mostrar que não sabe interpretar um bêbado.

Parece que Rosario Boyer não aprendeu nada com seu mestre Thomas Vintenberg. Não possui controle em sua narrativa, não tem talento para conduzir seu elenco e muito menos capacidade para nos contar uma história. Sua escola está longe de ser Vintenberguiana, e sim mais próxima de um Ricardo Waddington, ou pior, de um Jayme Monjardim.

Com um plot twist falho, e uma trilha sonora que, com o intuito de criar alguma tensão, consegue acabar com ela, Os Tubarões de Copacabana é ruim e mal feito, chegando a ser um acinte. Como dito no começo, uma aula de como não se deve fazer cinema.

FICHA TÉCNICA

Título original: Tubarões de Copacabana

Direção: Rosario Boyer

Roteiro: Rosario Boyer

Elenco: Raul Gazzola, Ricardo Macchi, Rayanne Morais, Alcione Mazzeo, André Luiz Pereira, Alcione Mazzeo, Ricardo Harriot, Rafael Almeida e Marcos Veras

Produção: Rosario Boyer e Alex Teix

Ano: 2015

País: Brasil