Crítica de Filme | Qualquer Gato Vira-Lata 2
Gabrielle Meira
|2 de junho de 2015
Para que um filme de comédia romântica atinja o sucesso, dois pontos são primordiais : um lindo final feliz para um belo casal e piadas que não se esforçam para serem engraçadas.
Qualquer Gato Vira-Lata 2 chega mostrando o quanto uma franquia pode evoluir. Diferentemente do seu primeiro filme, o longa saiu da zona de conforto clássica e morna da comédia romântica atual, e apostou em um romance sensual, descarado e moderno. É claro, sem deixar de lado, o habitual romance, que faz os fãs do Gênero aquecerem os corações.
Os casal apaixonado, Tati (Cléo Pires) e Conrado (Malvino Salvador), viajam para o Caribe. Para o professor de Biologia, o passeio está restrito a uma palestra de exposição do seu livro. Já para Tati, o clima paradisíaco é o cenário perfeito para um pedido de casamento. Com a ajuda de sua amiga Paula (Letícia Novaes), a mulher apaixonada, organiza um plano para televisionar para amigos e parentes do casal, o pedido de casamento surpresa. O que Tati não esperava, é que Conrado ao receber o pedido, pedisse um tempo para pensar. É neste momento que a trama começa a ganhar forma, com Tati humilhada por Conrado, o ex – namorado, Marcelo (Dudu Azevedo), entra na jogada, para tentar reconquistar o coração da moça.
O filme desenrola com atuações pontuais de personagens coadjuvantes. Destaque especial ao personagem do ator Marcelo Saback, que interpreta o papel de um mexicano louco por sexo. A atuação de Marcelo ensina, que mesmo com poucas palavras e cenas,é possível demonstrar comédia em seu estado natural. Gláucia (Stella Miranda) , mãe de Conrado, apresenta uma personagem forte e experiente, que também provoca o riso fácil no público. Em oposto, temos o personagem Magrão ( Álamo Facó), que beira a falta de criatividade, forçando o público a engolir piadas, goela abaixo.
Como no primeiro filme da série, o casal principal, interpretado por Cléo Pires e Malvino, parece não possuir uma química, onde o público consiga sentir os corações palpitarem em seu mais alto fervor. Porém, isso não faz com que o foco e o produto final do filme perca a sua simples essência que um romance pode trazer: a paixão.
A direção de Santucci e Marcelo Antunes, não segue a costumeira comédia romântica brasileira, mas também não chega a ser uma cópia do gênero americano. Digamos que o roteirista, Paulo Cursino, e os diretos do longa, realizaram uma mistura bem sucedida da comédia Brasileira e norte americana, que não deixou a desejar quando levamos em consideração as nuances da Comédia Romântica. É evidente a troca de bons diálogos por piadas – engraçadas ou não , o conflito do casal e o final do filme com um belo happy end ( Final feliz), que estão contidos na maioria dos filmes do gênero. Podemos ressaltar também o uso muito bem sucedido, das multi- telas, e o jogo de câmeras, acompanhando o ritmo rápido das piadas do filme, o que tornou o longa dinâmico e agradável de ser assistido.
Qualquer Gato Vira-Lata 2 é uma evolução quanto ao primeiro filme. Com personagens mais maduros, e um roteiro mais adulto e dinâmico. O longa é perfeito para os amantes de comédia romântica, que esperam a tradicional garantia de boas risadas, e um belo final feliz.
FICHA TÉCNICA
NOME ORIGINAL: Qualquer Gato Vira-Lata 2
PAÍS DE ORIGEM: Brasil
ANO: 2015
DURAÇÃO: 100 min
GÊNERO: Comédia
DIREÇÃO: Roberto Santucci, Marcelo Antunez
ROTEIRO: Paulo Cursino, Bibi da Pieve
FOTOGRAFIA: Marcelo Brasil
EDIÇÃO: Leo Clark
FIGURINO: Renata Russo
DIREÇÃO DE ARTE: Danyelle Espinelli
ESTÚDIO: Tietê Produções, Raiz Produções, Paris Produções, Globo Filmes, Telecine Productions, RioFilme
PRODUÇÃO: Pedro Rovai, Virginia Limberger