Crítica de Filme | Sexo, Amor e Terapia

Laura Udokay

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19 de julho de 2015

Lambert (Patrick Bruel) é ninfomaníaco e ex-piloto. O apetite sexual desmedido sempre o deixou em apuros. Para retomar a vida, decide buscar o equilíbrio e começa a trabalhar como terapeuta de casais. Posteriormente, conhece Judith (Sophie Marceau), que se torna sua assistente. Ela também é uma ninfomaníaca, mas ao contrário de seu chefe, a mulher adora ser o que é. A atração entre os dois é instantânea, porém, com um Lambert convertido a relação ficará mais conflitante. É assim que a coisa anda e desanda em Sexo, Amor e Terapia.

Judith (Sophie Marceau) é uma mulher vistosa, seguidora de sua filosofia de vida autodidata e espirituosa. Seu hobby é, praticamente em tempo integral, fazer sexo. Com maneirismos um pouco estabanados, sem perder o charme (mesmo quando quebra o salto).

E como comédia romântica pede dupla cômica, o dois + dois é: Judith e Lambert que virá a ser seu patrão no consultório de terapia para casais.

O ‘quiproquó’ da trama começa a ficar aparente quando Judith, logo ao conhecer seu chefe, faz investidas obstinadas e sempre desencorajadas por ele. Mas ela não sabe disso, somos nós, os espectadores que sabemos. Lambert frequenta um grupo de apoio para tratar seu vício por sexo e vem levando os últimos meses em celibato. O conflito narrativo é acabar como terapeuta de casal.imagem883_1Enquanto isso, Judith cria, porque quer e sente prazer com isso, uma tensão sexual com qualquer homem que cruze seu caminho. A história segue de forma linear, a conexão do casal convence e nos faz rir. O que fica cansativo é o fato de as personagens resolverem seus dilemas de forma um pouco previsível e automática. Por exemplo, Lambert tem um amigo, pois em comédias românticas sempre tem alguém aconselhando alguém (e de forma eloquente), onde basta um telefonema para estarem face a face no quadro seguinte. Esse mentor vê o que o outro não enxerga. Na mesma nota, Judith, quando em um bar, recebe conselhos significativos de dois completos desconhecidos. Lá, tem sua epifania e segue o culminante ponto de virada.

O cenário passa por algumas belas e arborizadas ruas parisienses, bares com abajures aconchegantes a meia luz, e momentos de closes nos atributos físicos da protagonista. Há também pitadas de nudez masculina.

O ponto positivo é que, diferente de filmes americanos do mesmo gênero, o longa francês é gracioso e picante com bom gosto, foge da pasmaceira besteirol. Os atores têm boa aparência, mas sem parecer que saíram de algum catálogo da Victoria Secrets, e isso, é crível.

FICHA TÉCNICA

Gênero: Comédia
Direção: Tonie Marshall
Roteiro: Tonie Marshall
Elenco: André Wilms, Camille Panonacle, Claude Perron, Fanny Sidney, François Morel, Jean-Pierre Marielle, Marie Rivière, Pascal Demolon, Patrick Braoudé, Patrick Bruel, Philippe Harel, Philippe Lellouche, Scali Delpeyrat, Sophie Marceau, Sylvie Vartan
Produção: Bruno Pésery, Diana Elbaum, Tonie Marshall
Duração: 88 min.
Ano: 2014

Laura Udokay

Laura Udokay é dessas garotas que tiveram uma infância de “garoto”. Skate, fliperama e rock. Cresceu no universo dos desenhos e livros. Hoje, faz as duas coisas: desenha e escreve. É autora de “Martini, o Pequeno Demônio”, trilogia que terá o segundo volume publicado em breve
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