Crítica de Filme | Voo 7500

Anderson Vidal

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6 de agosto de 2015

Sabe quando um filme estreia nos Estados Unidos e depois de vários meses que chega ao nosso país e nos perguntamos por que acontece isso? Então, o filme Voo 7500 talvez explique o motivo de alguns longas demorarem tanto, e também seria melhor que nem chegasse por aqui.

Num voo de Los Angeles para Tóquio, a tripulação pensa em como se distrair durante as 10 horas de voo, até que a morte de um dos passageiros gera uma presença estanha dentro do avião, ameaçando a vida de todos.

Voo 7500 é um filme ruim em muitos sentidos. Não é terror, não gera suspense que se sustente ao longo de seus 80 minutos e nos faz perder tempo com uma trama sem noção, mal explicada e que não tiveram a decência de tentar explicar absolutamente nada. Takashi Shimizu deixou muito a desejar, igual ao ‘clássico’ O Grito”.

voo7500top

Seus personagens são um amontoado de caricatos e clichês, por mais que sejam bons e cumprem o roteiro ruim dado a eles. Temos o homem misterioso, o casal problemático, a mulher certinha com mania de limpezas, a gótica com visual alternativo, alguém com criança, a bonitona e o cara que fica papeando com a bonitona. E durante todo o longa, o filme fica nos empurrando os laços e os dramas dos personagens que não queremos saber. Nenhum personagem faz conexão com o expectador, portanto, não queremos saber de lenga-lenga dramática no meio de um avião.

As cenas de turbulência do avião são mal feitas e sentimos logo que foi feita em um estúdio. A tela apenas fica tremendo da direita para a esquerda, não vimos a visão panorâmica do avião por fora – talvez devido ao baixo orçamento do longa – e não gera o suspense prometido em seu gênero.

Flight 7500

E logo após isso o homem misterioso morre e lança um suspense no ar quando diz que não quer morrer novamente em outro avião. Ou seja, nos perguntamos qual foi à outra vez, o que ele é, o que aconteceu para a morte súbita? É um fantasma, um ET, está possuído? E Voo 7500 não explica isso. Novamente o filme recorre aos laços dramáticos, fumaça no sense com uma mão bizarra, jogando uma cena ou outra de alguns passageiros que começam a achar algo estranho e nada nos assusta, apenas a trilha de suspense que aparece constantemente para nos assustar, que é jogada no volume máximo e nos assustamos apenas pela trilha que aparece do nada.

E o filme tem o desfecho de típico longa com preguiça de responder as questões que foram levantadas, partindo para o caminho mais curto, enfiando no meio uma história sobre uma boneca japonesa da vida e da morte, tentando ser filosófico sobre o tempo de vida que temos e terminando de uma forma pior do que havia começado. O filme ganha meio ponto apenas por conseguir criar um pouco de curiosidade para saber o que está acontecendo, mas morre quando não explica nada.

Voo 7500 estreia nessa quinta-feira (06) e é extremamente descartável, com um roteiro repleto de furos e sem sentido, com frases pré-prontas e que só nos faz perder tempo com um filme não resolvido. Nem pra passar tempo ele serve.

FICHA TÉCNICA:

Direto: Takashi Shimizu

Elenco: Ryan Kwanten, Amy Smart, Leslie Bibb, Jamie Chung, Scout Taylor-Compton, Nicky Whelan, Jerry Ferrara e Christian Serratos.

Roteiro: Craig Rosenberg

Trilha Sonora: Tyler Bates

Produtor: Roy Lee

Duração: 80 minutos

Anderson Vidal

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