CRÍTICA | Das lágrimas ao riso, ‘De Repente Uma Família’ prova que essencial mesmo é o amor
Bia Merces
|28 de novembro de 2018
Um filme que tinha tudo para cair na mesmice das comédias que tentam “suavizar” assuntos sérios, como o delicado processo de adoção de crianças e adolescentes órfãos, já pode ser considerado uma das produções mais emocionantes de 2018.
Com elenco afinado, expressivo e que inevitavelmente irá levar do espectador mais “durão” ao mais sensível às lagrimas, De Repente uma Família (Instant Family) tem roteiro baseado na história de vida do seu próprio diretor Sean Anders. Talvez por isso a trama crie tanto envolvimento e empatia.
CRÍTICA | ‘Utøya: 22 de Julho’ semeia o pânico sem mostrar a face do mal
Tudo começa quando o casal Pete e Ellie, formado pelos atores Mark Wahlberg (já conhecido do grande público pela sua atuação em “Ted”, “Transformers” e “Pai em Dose Dupla”) e Rose Byrne (de “Vizinhos”) decidem adotar uma criança. O que eles não imaginavam é que, ao invés de um filho, levariam três para casa: a pequena cheia de personalidade e potência nos pulmões Lita, interpretada pela atriz Julianna Gamiz, o tímido e sensível Juan (Gustavo Quiroz), e a geniosa Lizzy (Isabela Moner). Três irmãos que não sabiam da existência do pai e foram abandonados pela mãe, que, apesar de todos os erros cometidos, tinha plena consciência de que não poderia cria-los de forma digna.
Foto: Paramount Pictures / Divulgação
A carga emotiva fica por conta do núcleo familiar central de De Repente uma Família, que, ainda assim, inclui tiradas muito divertidas. Mas as grandes responsáveis por arrancar gargalhadas são as assistentes sociais vividas pela premiadíssima Octavia Spencer (“A Forma da Água”) e pela inexpressiva comediante Tig Notaro. Além delas, a apaixonante, carismática e sensata personagem vovó Sandy consegue dosar humor e sensibilidade, fazendo com que até mesmo a jovem Lizzy fique sem espaço para sustentar a rebeldia, revolta e frustração que carrega pelo seu triste histórico de vida.
Novo curso da Academia Internacional de Cinema tem foco em criação de séries de TV
Sem dúvidas, a obra faz o espectador sair da sua zona de conforto! Apesar da adoção ser tratada de forma um pouco romantizada, eliminando boa parte das dificuldades que os pais adotivos (ou na fila de adoção) encontram, o filme deixa como lema questões essenciais a respeito de famílias que são escolhidas pelo coração, independente de gênero e raça, e que o fato de algo ser importante, não elimina os obstáculos. É preciso persistir e insistir no que é verdadeiro: o amor!
::: TRAILER
::: FICHA TÉCNICA
Título original: Instant Family
Direção: Sean Anders
Elenco: Mark Wahlberg, Rose Byrne
Distribuição: Paramount Pictures
Data de estreia: qui, 29/11/18
País: Estados Unidos
Gênero: comédia
Ano de produção: 2018
Duração: 117 minutos
Classificação: 12 anos
Bia Merces
Beatriz Merces, ou simplesmente Bia Merces, é uma amante da sétima arte e de todas as formas possíveis de cultura. Fã de obras que não só entretenham, mas que façam pensar, gosta de prestar atenção em histórias e “cores que nem sabe o nome”. Se sente uma espécie de Zé Wilker de saia quando escreve sobre filmes. Formada em jornalismo, já trabalhou como produtora de conteúdo em rádio. É também fotógrafa, por hobby, e fascinada por tudo que a comunicação pode lhe proporcionar!
