Meu Eterno Talvez (1)

CRÍTICA | Meu Eterno Talvez (Netflix)

Jorge Feitosa

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22 de junho de 2019

“O que tem de errado em me apoiar? Ninguém questionaria se fosse o contrário.”

Sasha Tran (Ali Wong) e Marcus Kim (Randall Park) se conhecem desde a infância. Frequentemente sozinha em casa pela rotina de trabalho dos pais, a menina se esmera na preparação de seus pratos simples enquanto passa a maior parte do tempo livre com Marcus e seus pais, aprendendo culinária com a mãe do garoto.

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Evidente que, como em qualquer outra comédia romântica, uma paixão se formaria e, logo no começo de Meu Eterno Talvez, o casal se separaria para se reencontrar anos depois, quando Sasha é uma chef de sucesso e Marcus continua vivendo e trabalhando com o pai enquanto conduz a mesma banda e dirige o mesmo carro.

Simples, mas não comum

Apesar da premissa simples, Meu Eterno Talvez (Always Be My Maybe) é daqueles filmes em que a simplicidade das situações abarca uma imensa reflexão sobre seus personagens. Escrito a seis mãos por Randal, Ali, bem como Michael Golamco, além de dirigido pela estreante em filmes Nahnatchka Khan, que não compromete na condução, todo o destaque fica para o roteiro e o elenco. Especialmente para Ali Wong.

Meu Eterno Talvez (5)

Comprometida e apaixonada por culinária, Sasha conduz sua vida na unha, auxiliada pela secretária Veronica (Michelle Buteau, ótima). Ela busca um amor com quem possa conciliar sua vida profissional, mas, por mais que se empenhe, acaba se desiludindo e chorando às escondidas para depois irromper em uma fúria de fazer quem a magoa tremer.

Essa disciplina, entretanto, só aumenta sua exasperação quando confrontada por Marcus, único homem capaz de peitá-la em uma interpretação cínica de Park, que não consegue se adaptar ao glamour da vida de celebridade.

Além disso, ele se ressente ao ser apresentado como um cara comum e usa a perda da mãe, e o convívio com o pai, como uma barreira para não seguir em frente, tocando sempre no mesmo inferninho. Ainda que seja um rapper brilhante, com presença de palco e letras mordazes. Keanu Reeves que o diga.

Meu Eterno Talvez (3)

Inversão de papéis

O mérito da obra está na discussão a fundo da inversão de papéis entre o homem e a mulher. Principalmente da mulher obstinada, que recebe louvores por sua competência, mas também amarga derrotas na vida pessoal e reconhece a paixão de infância sem deixar de ser aguerrida.

Ah, sim. O elenco de Meu Eterno Talvez é formado majoritariamente por asiáticos, mas não precisam ser podres de ricos para mostrar a que vieram.

::: TRAILER

::: FICHA TÉCNICA

Título original: Always Be My Maybe
Direção: Nahnatchka Khan
Roteiro: Michael Golamco, Randall Park, Ali Wong
Produtores: Brendan Ferguson, Brady Fujikawa, Michael Golamco, Nathan Kahane, Randall Park, Erin Westerman, Ali Wong
Elenco: Ali Wong, Randall Park, James Saito, Michelle Buteau, Vivian Bang, Keanu Reeves, Susan Park
Distribuição: Netflix
Produção: Netflix
Data de estreia: sex, 31/05/19
País: Estados Unidos
Gênero: comédia
Ano de produção: 2019
Duração: 101 minutos
Classificação: 16 anos

Jorge Feitosa

@jorgefeitosalima
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