CRÍTICA | ‘Narcos’ prova que é muito mais que a narrativa de Pablo Escobar

Maria Clara Novais

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13 de setembro de 2017

A terceira temporada de Narcos foi muito aguardada pelos fãs que estavam apreensivos já que a série perdeu seu maior protagonista. Sem Pablo Escobar, Narcos tinha o desafio de apresentar uma narrativa envolvente com novos vilões tão interessantes quanto o líder do Cartel de Medellín. E a série não só consegue manter a qualidade como entrega muito mais, provando que a história nunca foi uma biografia de Escobar e que o foco é a guerra contra o tráfico de drogas na América Latina.

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O papel que Escobar exercia é distribuído para quatro novos líderes do tráfico: os irmãos Gilberto (Damián Alcázar) e Miguel Rodríguez Orejuela (Francisco Denis), Chepe Santacruz Londoño (Pêpê Rapazote) e Pacho Herrera (Alberto Ammann). Esses personagens agem de maneira diferente de seu antecessor. Enquanto Escobar era populista, o Cartel de Cali trabalha as escuras e junto ao sistema para retroalimentar suas operações, o que os torna ainda mais perigosos e difíceis de serem atingidos.

Um dos maiores acertos da temporada foi trazer Peña para o centro da narrativa. O personagem se vê cercado diante das dificuldades de exercer o seu trabalho e das conseqüências remanescentes de suas escolhas. Pedro Pascal está excelente no papel do investigador da DEA, agência anti-drogas dos Estados Unidos, e seu personagem é mais interessante que Steve Murphy, antigo narrador e parceiro de Peña, que não retornou para o terceiro ano.

Outro destaque de Narcos foi Jorge Salcedo, interpretado por Matias Varela, um homem responsável pela segurança do Cartel de Cali que inicia a temporada tentando se desvincular do narcotráfico, mas que ao longo dos episódios parece ficar mais distante de seu objetivo. Salcedo é responsável pelos momentos de maior tensão durante a série.

A nova fase da narrativa também consegue imprimir uma crítica a guerra contra o tráfico que parece distante de acabar. A todo o momento o público fica ciente que, ao derrotar os chefes do Cartel da temporada, novos surgirão, porque as ações atacam pessoas, mas não o sistema político que favorece as ações ilícitas.

Tecnicamente, Narcos é perfeita. A ambientação é impecável, a cinematografia é superior a muitos filmes e as sequencias de violência são tensas, eletrizantes e bem ensaiadas. As ótimas atuações coroam o trabalho de uma das melhores produções da Netflix. Os episódios são bem montados e seguem no ritmo correto, a série instiga a uma maratona e deixa um gosto de quero mais, o espectador se vê envolvido com  a trama a todo instante.

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Maria Clara Novais

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