CRÍTICA | ‘O Quarto dos Esquecidos’ agride a inteligência do espectador
Bernardo Sardinha
|14 de outubro de 2016
Nunca saí do cinema no meio de um filme. O Quarto dos Esquecidos (The Disappointments Room) foi, digamos… na trave! Sério. Já vi muito filme ruim, mas este tem um potencial de ganhar VÁRIOS razzies awards. Me assombra o fato deste deste longa de terror não ter tido o lançamento direto para DVD.
Dirigido por D.J. Caruso (Disturbia) e escrito por Wentworth Miller (Prison Break), O Quarto dos Esquecidos é um filme de terror, ou pelo menos tenta ser um. A premissa pura, simples e completamente spoilers free: após uma tragédia, família se muda para uma casa mal assombrada.
Quantos filmes de casa mal assombrada podem existir? Muitos! É um cenário amplo e divertido, ao qual essa produção erra completamente o alvo. Mas vamos falar das coisas boas dela:
- Kate Beckinsale é bonita.
- O gatinho que eles adotam é fofo.
Mas o que faz de O Quarto dos Esquecidos uma aberração da natureza? São tantos defeitos que é difícil escolher um como principal algoz de toda a experiência.
O roteirista parece indeciso sobre o que queria escrever. Ora parece uma história de fantasma ora um de terror psicológico à la “O Iluminado” e toda essa confusão faz com que no final você não se importe com nada. Os relacionamentos dos personagens, os diálogos, os elementos de exposição etc. São todos uma forçação de barra. Tem horas que parece que a protagonista vai para uma mercearia comprar PLOT DEVICES de tão toscos são os diálogos. Para completar, do meio para o final, há uma pequena ruptura narrativa onde deixamos de acompanhar a protagonista para ver o que o marido está fazendo, aniquilando completamente a imersão do drama em que a personagem principal vive.
Kate Beckinsale (Anjos da Noite) é a protagonista mais emburrada que já vi na vida. Parece que está o filme todo em uma TPM eterna sendo aleatoriamente grossa com os personagens. Resultado? Você não se importa com a personagem e nem pelo drama todo que ela passa. O marido é interpretado por Mel Raido e é outro que não tem como torcer por ele. A química entre os dois inexiste. Aliás, com todo o elenco. Sobra até para edição, que se perde na história contar, com takes longos, ora curtos e outros planos irrelevantes para a história.
No final, cai tudo no colo do diretor D.J. Caruso. As escolhas (ou a falta delas) foram todas dele e o resultado é um filme de terror que não dá medo, é previsível e chato. MUITO CHATO.
O Quarto do Esquecidos agride a inteligência do espectador a ponto fazê-lo ficar com raiva. O que consola é que ao sair da sala de cinema, você já se esquece dele. EVITE-O A QUALQUER CUSTO. Seu dinheiro suado será melhor investido em um saco de jujubas. Ou se quer ver um filme de terror bom, assista “Bruxa de Blair”.
TRAILER:
FICHA TÉCNICA:
Direção: D.J. Caruso
Roteiro: D.J. Caruso, Wentworth Miller
Elenco: Kate Beckinsale, Michaela Conlin, Marcia DeRousse, Melissa Eastwood
Gênero: Terror
Duração: 92 min.
Distribuidora: Imagem Filmes
Estreia: 24 de Novembro de 2016
Bernardo Sardinha
