Entrevista: Tuca Andrada

Bruno Duarte

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24 de julho de 2012

Confira um bate papo com o renomado ator Tuca Andrada. O artista fala sobre o espetáculo “Seis Aulas de Dança em Seis Semanas”, que está em cartaz no Teatro Maison de France, no Centro do Rio. A carreira de Tuca no cinema e na TV também são assuntos da entevista! Confira!

Blah Cultural > Tuca, você poderia contar um pouco sobre a sua carreira?

Tuca Andrada > Comecei a fazer teatro no colegio que estudava em Recife/Pe, minha cidade natal, daí quando saí do colegio fui fazer teatro amador. Vi que a coisa tava ficando séria e resolvi me mudar para o Rio e tentar uma carreira. Cheguei aqui aos 21 anos sem conhecer ninguem e aos 25 ja trabalhava profissionalmente, quando você tem um sonho nada é impossivel.

Blah Cultural > O que te motivou a ser ator?

Tuca Andrada > Sempre achei bacana esse mundo do teatro/cinema/tv mas não lembro nada em especial que tenha me motivado.

Blah Cultural > Você virou um professor de dança no teatro, em “Seis Aulas de Dança em Seis Semanas”. Você poderia contar um pouco a respeito?

Tuca Andrada > Na verdade, o personagem de “6 Aulas…” é um ex bailarino da Broadway que para sobreviver dá aulas de dança. Desde que comecei a fazer teatro, tambem comecei a fazer dança o que facilitou na composição do personagem.

Blah Cultural > “Seis Aulas de Dança em Seis Semanas”.tem a coreografia de Carlinhos de Jesus. Como foi trabalhar com ele?

Tuca Andrada > Ja conhecia o Carlinhos de Jesus há muito tempo de outros trabalhos. Fizemos juntos “A Estrela Dalva” em 1987 e tambem estivemos juntos em trabalhos com a coreógrafa Regina Miranda. Além de ser um grande dançarino, Carlinhos é um excelente professor e um ser humano incrivel.

Blah Cultural > Em relação à sua companheira de peça, Suely Franco, você poderia nos contar como está sendo essa parceria?

Tuca Andrada > Tivemos uma quimica imediata e isso facilitou muito o nossso trabalho, ja que somos só nós em cena e tem que haver quase que uma telepatia entre os dois atores desse espetáculo. Suely tem um astral e uma alegria de viver que impulsiona a todos que trabalham com ela. É uma grande companheira e esse encontro foi um dos melhores que tive na minha vida profissional.

Blah Cultural > Você como ator, já fez trabalhos para TV, Cinema e Teatro.Em relação à atuação e interpretação, qual é a grande diferença entre a TV, o cinema e o teatro?

Tuca Andrada > O Teatro é ao vivo, sem cortes e se você comete algum erro tem que ter presença de espirito para resolver de imediato. No teatro você vai até o publico, sua interpretação tem que chegar até ele, tem que preencher todos os cantos da sala. Com a câmera é completamente diferente, é ela que vai ate você e que lê o que vai por sua alma, ou na alma do personagem. As vezes na tv ou no cinema você precisa conter mais suas expressões para não ficar exagerado e perder a verdade. São exercicios completamente diferentes.

Blah Cultural No cinema, você viveu Cafu em “Quem Matou Pixote?”. Como foi trabalhar nesse filme?

Tuca Andrada > Foi o meu primeiro personagem importante num longa metragem e ainda por cima um personagem real. Pelo que me lembro, pois isso ja faz uns 20 anos, foi tudo muito tranquilo. O Jose Jofilli, diretor do filme, me tratou com muito carinho e me ajudou em todos os momentos do filme. Além de que a equipe era muito boa. Foi um grande prazer.

Blah Cultural > Quem Matou Pixote, retrata o fim trágico de Fernando Ramos da Silva – ator que interpretou Pixote em “Pixote a Lei do Mais Fraco”. Na vida real, a vida imitou a arte. Desempregado, Fernando Ramos da Silva acabou entrando para o crime, e foi assassinado por policiais. .Nesse contexto, em relação à dificuldade do “viver de arte no Brasil”. É complicado, fazer cinema, teatro e TV por aqui?

Tuca Andrada > É complicado fazer tv, cinemas e teatro em qualquer parte do mundo mesmo nos paises mais ricos. Em se tratando de Brasil e do jeito como a cultura é tratado pelos nosssos governantes, é muito dificil sim.

Blah Cultural > Existem leis de incentivo à cultura no país. Como está o mercado teatral, hoje em dia?

Tuca Andrada > Acho que precisa ainda de muitos cuidados apesar da qualidade das nossas produções serem excelentes. Porém o ingresso ainda é caro para o público e o produtor não consegue sobreviver só com bilheteria. Eis aí uma equação a ser resolvida.

Blah Cultural > Você trabalhou em novelas do SBT (As Pupilas do Senhor Reitor), da Globo e da Record. Existe alguma diferença no trabalho, em cada emissora?

Tuca Andrada > Claro que sim. A Globo produz novelas há mais de 40 anos, a Record apenas 10 e o SBT tem uma descontinuidade em sua li nha de produção teledramatúrgica. Natural que a Globo leve vantagem sobre as outras.

Blah Cultural > Como é o seu processo de criação da personagem?

Tuca Andrada > Não tenho um processo específico, cada um é montado por mim de um jeito mas basicamente tento ler bastante o texto e entender o que ele tem a dizer.

Blah Cultural > Dos trabalhos que você fez, qual que você mais gostou e porque?

Tuca Andrada > Nunca conseguiria responder a essa pergunta. Mesmo os que não acho que fiz tão bem me deram lições preciosas.

Blah Cultural > E o futuro do Tuca Andrada. Quais são os seus planos?

Tuca Andrada > Continuo com a peça “6 Aulas de Dança…”, no Teatro Maison de France, no Rio de Janeiro e começo a gravar a próxima novela das seis, “Lado a Lado”, em agosto com direção de Denis Carvalho. Paralelo a isso estou produzindo um texto argentino para dois atores que estreará no primeiro semestre do ano que vem tambem aqui no Rio, estou em fase de captação para esse projeto.

Blah Cultural > Tuca, muito obrigado por essa entrevista. Você poderia enviar uma mensagem para todos os leitores do BLAH CULTURAL?

Tuca Andrada > Quero agradecer a todos os leitores do site pelo interesse que tem na cultura produzida nesse país. Sem voces, não somos nada.
Um grande abraço.

Trailer de Quem Matou Pixote:

Tuca Andrada em Era uma Vez – Novela da Rede Globo

Tuca Andrada em Cidadão Brasileiro – Produção da RECORD

Bruno Duarte

É jornalista, professor de língua portuguesa, baterista, torcedor do América do Rio e "retrogamer", ou seja, fã de videogames antigos. Como comunicador atuou em veículos como: Jornal O Povo, Jornal A Orla, Jornal do Rock, Universo do Rock. Na televisão foi um dos apresentadores do Programa Garajão, da TSB TV, diretor de jornalismo da Niterói TV e repórter do Programa Serginho Total, do Canal 36 da NET Niterói. Também trabalhou como assessor de comunicação no gabinete do Vereador Padre Ricardo. No mais, gosta também de gastronomia, de automobilismo, de cultura oriental e mexicana e de assuntos relacionados a religião, a ufologia e a política.
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