Bastardos Inglórios

Especial Quentin Tarantino | ‘Bastardos’, ‘Django’ e as vinganças históricas

Pedro Marco

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2 de agosto de 2019

Após trabalhar em temas clássicos, como filmes de assalto, samurais e adaptações literárias, já era hora do grande visionário Quentin Tarantino se aventurar no tenro gênero da Segunda Guerra Mundial.

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Bastardos Inglórios

Este era para ser o quarto filme do diretor. Entretanto, acabou sendo diversas vezes adiado pela dificuldade de se pensar em um final digno para a história. Além disso, também houve dificuldades em encontrar um ator que estivesse à altura do grande vilão Hans Landa. A escolha de Cristopher Waltz foi tão acertada que lhe rendeu o Oscar, mostrando o quanto vale a pena esperar.

A trama veio como o segundo filme completamente linear de Tarantino (após o polêmico “À Prova de Morte”). Foi dividida em cinco capítulos, bem como acompanhando duas outras histórias paralelas. De um lado, um caçador de judeus da SS nazista e uma sobrevivente de uma de suas investidas vivem uma tensa corrida de gato e rato. Enquanto isso, ela é chamada para sediar em seu cinema o novo filme de propaganda alemã. Do outro, um grupo guerrilheiro que dá nome ao filme e vinga a ira ariana com uma perseguição violenta a todo e qualquer militar que apareça em sua frente. Com o ponto de convergência sendo a estreia que abrigaria todo o alto escalão nazista, Tarantino iria reescrever a história do mundo para contar uma de vingança e humor negro.

Bastardos Inglórios (1)

Cena clássica do incêndio no cinema (Foto: Divulgação)

Adam Sandler e Brad Pitt

O elenco, que quase teve Adam Sandler como Donny Dorowitz, traz um dos grandes halls de estrelas do diretor até então. Tarantino teve a audácia de lançar em solo americano um filme com apenas 40% de seu texto falado em inglês. Com isso, o diretor fez uma grande homenagem aos grandes nomes do cinema europeu das décadas de 30 e 40.

O tema vingança, sempre presente nos filmes autorais do cineasta, o rendeu sete indicações ao Oscar. Além disso, também garantiu a ele uma enorme gama de fãs. Mesmo demorando mais de uma década para sair do papel, sendo até listado entre os filmes mais improváveis de acontecer, “Bastardos Inglórios” realçou Brad Pitt ao grande público. Ademais, conseguiu trazer um grande clima de guerra sem ter nenhuma batalha ou perder o tom bem-humorado de suas obras.

Bastardos Inglórios (Brad Pitt)

Brad Pitt em “Bastardos Inglórios” (Foto: Divulgação)

Django Livre

Esta grande visibilidade mundial abriu espaço para Tarantino. Isso permitiu que o diretor, enfim, embarcasse com tudo no tema que mais lhe enche o coração: o faroeste. Seguindo a temática, a vingança histórica dos judeus sobre os nazistas foi transferida para uma cruzada pessoal de um negro liberto contra uma supremacia escravista em “Django Livre”. Em um roteiro que flerta com improváveis metáforas de mitologia nórdica, o sétimo filme do cineasta mostra a cruzada do personagem título para resgatar a sua amada.

Com o retorno do grande banho de sangue que havia tomado sua característica em “Kill Bill”, “Django Livre” é uma carta de amor de Tarantino ao Western Spaghetti de Sergio Leoni. Certamente também uma grande homenagem ao clássico “Django”, de Franco Nero. A saber, o filme foi escrito para Will Smith. Contudo, a produção acabou tendo a grata contratação de Jamie Foxx como personagem título, bem como o aproveitamento de Leonardo DiCaprio como vilão. Aliás, o ator também quase participou de “Bastardos Inglórios”.

Django Livre

Tarantino no set de “Django Livre” (Foto: Divulgação)

Morte da editora

Um fato importante na carreira do diretor entre estes dois longas, foi a perda da sua editora Sally Menke. Tendo montado todos os 6 primeiros filmes de Tarantino, ela faleceu em 2010. A morte ocorreu dois anos antes da estreia de “Django Livre”.

Tendo se firmado logo como um grande diretor de faroeste, Quentin Tarantino queria repetir a dose com outras vertentes do gênero. Tirando Enio Morricone da aposentadoria, “Os Oito Odiados” traria uma trama mais intimista e com grande suspense. Certamente um clássico western na neve. Mas isto, é papo para outro dia!

Django Livre (1)

Cena estupenda de “Django Livre” (Foto: Divulgação)

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Pedro Marco

Pedro Px é a prova de que ser loiro do olho azul e com cabelos e barbas longas, não te garantem ser parecido com o Thor. Solteiro, brasiliense e cozinheiro, se destaca como autor de 7 livros, host do Pipocast, membro da Academia de Letras de sua cidade, fundador de Atlética universitária, padrinho da Helena, e nos tempos livres faz 40h semanais como engenheiro civil. Escreve sobre cinema desde que tudo aqui era mato, sendo Titanic seu filme favorito
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