‘Fome de Sucesso’ é um filme assistível, porém cansativo

‘Fome de Sucesso’ (Hunger) é um novo filme tailandês que acabou de aterrissar na Netflix. Nesses tempos em que chefs de cozinha excêntricos surgem nos meus feeds das redes sociais, achei coincidência a estreia de um longa com uma temática mostrando um pouco disso.

Essa é a primeira vez que vejo uma obra vindo da Tailândia que não seja de terror. Sou muito fã dessa escola por lá, mas dessa vez tive o prazer de conhecer um pouco do drama deles. O resultado é uma história que poderia ser mais sucinta e criativa sem ter o longo tempo de projeção dado a ela.

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Em Fome de Sucesso, uma jovem cozinheira no seu pequeno empreendimento familiar é a mais velha de três irmãos e a escolhida para tocar o negócio da família, enquanto os outros estudam e tem mais tempo para si. Graças a seus dotes culinários, ela é notada por um freguês que faz parte da Hunger, uma equipe de chefs de luxo liderados pelo infame Chef Paul. Assim, ela vê a oportunidade perfeita para sair dessa vida sem perspectiva e almejar ser uma pessoa especial, mas para isso ela terá que dar a vida pelo o que deseja.

Assistível, porém cansativo

Esse filme tem a mesma energia de ‘Whiplash: Em Busca da Perfeição’ (2014) quando o assunto é sobre mestre e aprendiz. O Chef Paul abusa das pessoas psicologicamente, mas faz isso com o pensamento de que quer ver o melhor de seus chefs. Em muitos momentos, o roteiro faz com que ele nos pareça um homem bom que usa métodos nem um pouco ortodoxos para retirar o melhor de cada um. O grande momento, para mim, é quando percebemos que ele é uma pessoa ressentida e que faz tudo o que faz porque quer.

Essa é a grande virada do roteiro que faz nossa protagonista crescer um pouco mais na trama. Ao começar um duelo entre mestre e aprendiz, algumas coisas interessantes são deixadas de lado para que ela honre o seu nome. Muito nesse filme fala sobre o quanto você quer ser alguém na vida e o quanto estaria disposto a fazer para vencer. Ele acaba indo por esse lado em vez de uma história sobre redenção que no meu ver parecia mais interessante naquele ponto. Quando a produção tem a sua melhor chance para brilhar, ela fica chata e maçante.

Retrocedimento desnecessário

O seu clímax acaba sendo um grande duelo entre os dois, onde um representa a excentricidade e o show desnecessário para com a culinária, e o outro representa o simples e o amor. Poderia até mesmo ser uma grande lição de moral, mas tudo se esvai quando os pormenores se resolvem. Uma crise existencial e desnecessária bate em nossa protagonista e ela volta totalmente para a estaca zero. De uma certa forma, isso pode significar até mesmo um renascimento, mas para mim soou apenas como um retrocedimento de história desnecessário.

Fome de Sucesso é um filme completamente assistível, mas que pode se tornar extremamente cansativo devido ao seu tempo exagerado de 2h25min. A primeira parte dá para ser levada de boa, mas da metade para o final o cansaço me deu uma fisgada. Ao tentar fugir dos clichês, ele apresenta algo interessante, mas que parece acabar sem propósito. Se não pensar demais e for um gênero de qual o agrade, acredito que esses pequenos defeitos não o incomodem.

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Trailer – ‘Fome de Sucesso’

Ficha Técnica

Título original: Hunger
Direção: Sitisiri Mongkolsiri
Roteiro: Kongdej Jaturanrasamee
Elenco: Chutimon Chuengharoesukying, Nopachai Jayanama, Gunn Savasti, Bhumibhat Thavornsiri, Varit Leesavan, Prachan Vong-uthaiphan, Ratchawat Vichianrat
Duração: 145 minutos
Onde assistir: Netflix
Data de estreia: 08 de abril
Ano: 2023
País: Tailândia
Gênero: Drama
Classificação: 16 anos