Foto: Netflix / Divulgação
‘Hackers no Controle’ é um filme fora de seu tempo; e isso não é bom
Wilson Spiler
|2 de novembro de 2022
Estreou, nesta terça-feira (2), no catálogo da Netflix, o filme Hackers no Controle (The Takeover), produção de ação e aventura holandesa estrelada por Holly Mae Brood e dirigido por Annemarie van de Mond, que mais parece uma obra de cerca de 30 anos atrás.
Na trama, Mel Bandison (Brood) é uma das maiores hackers da Holanda e atua como uma espécie de Robin Hood, que tira dos ricos para dar para os pobres. No entanto, a protagonista acaba descobrindo um escândalo envolvendo uma multinacional chinesa e uma empresa holandesa que está desenvolvendo um ônibus autônomo.
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Datado
Apesar de envolver uma tecnologia avançada, Hackers no Controle parece um filme datado. Tudo é extremamente clichê, com diversas referências de produções dos anos 1980 e 1990. Inclusive os efeitos especiais, que mais pareciam algo como “Tron: Uma Odisseia Eletrônica” (1982). Não que sejam malfeitos, mas a estética é toda associada a obras desse período cinematográfico.
Não só o estilo de efeitos, como também a direção e o roteiro remetem ao que há de pior dessa época. Sejam enquadramentos, cenas ou diálogos, Hackers no Controle é um longa-metragem fora do seu tempo, e não no bom sentido. Há inclusive forte xenofobia contra chineses e russos, com direito a nomes genéricos de seus países, como Chen para o vilão asiático.
Soluções simplórias
O filme apresenta soluções simplórias, nada plausíveis e até um pouco constrangedoras para resolver os problemas. Por exemplo: a protagonista, uma simples hacker, de repente, sabe lutar como ninguém e corre como uma atleta. É bem verdade que, em determinada cena, ela aparece praticando boxe, mas é algo muito rápido e nada crível com o que é apresentado durante as lutas. Inclusive, Mel parece incorporar uma espécie de superpoder enquanto manuseia os códigos (ou a encriptação como ela mesmo diz). É de uma cafonice sem tamanho.
Além disso, a polícia – pra variar – faz um trabalho porco. Um dos hackers do longa-metragem é procurado há anos pela Interpol, mas é achado facilmente pelos criminosos. E o final… ah, o desfecho, é anos 80 purinho, com direito a encarada da personagem principal no vilão e um close no sinal de dedo do meio para ele.
Sendo assim, Hackers no Controle é uma aventura extremamente dispensável e oca de identidade. Mas, para a nossa sorte (ou para este que vos escreve), é um filme curto de apenas 88 minutos. Porém, para quem curte o gênero e ainda está preso no tempo, pode ser um bom atrativo enquanto não lança nada novo no catálogo da Netflix.
Onde assistir ao filme Hackers no Controle?
A saber, Hackers no Controle estreou nesta terça-feira, 1º de novembro de 2022, no catálogo da Netflix.
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Não deixe de acompanhar o UltraCast, o podcast do ULTRAVERSO:
Trailer do filme Hackers no Controle (2022)
Hackers no Controle: elenco do filme
Holly Mae Brood
Geza Weisz
Frank Lammers
Susan Radder
Ficha Técnica do filme Hackers no Controle
Título original do filme: The Takeover
Direção: Annemarie van de Mond
Roteiro: Hans Erik Kraan, Tijs van Marle
Duração: 88 minutos
País: Holanda
Gênero: aventura
Ano: 2022
Classificação: 14 anos
Wilson Spiler
Will, para os íntimos, é jornalista, fotógrafo (ou ao menos pensa que é) e brinca na seara do marketing. Diz que toca guitarra, mas sabe mesmo é levar um Legião Urbana no violão. Gosta de filmes “cult”, mas não dispensa um bom blockbuster de super-heróis. Finge que não é nerd.. só finge… Resumindo: um charlatão.Créditos Galáticos: 1.5
