‘O Nascimento do Mal’ é mais um filme de terror genérico
Bruno Oliveira
|1 de maio de 2023
Eu sou um profundo fã de filmes de terror, sempre tento ver todos os que chegam aos cinemas, mas acaba sendo humanamente impossível para mim. Faço o que posso e a grande verdade é que a maioria deles são genéricos. Pegam uma fórmula e seguem a risca todos os clichés que o gênero demanda. Infelizmente, ‘O Nascimento do Mal‘ cai nessa armadilha corriqueira, mesmo que possua uma premissa interessante. O que começa promissor, logo decai para a mesmice.
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Julie Rivers (Melissa Barrera) está grávida de quase sete meses e está se mudando junto com o seu marido, Daniel Rivers (Guy Burnet), para uma nova casa que precisa de alguns reparos. Após uma discussão com o seu marido, Julie cai da escada e coloca a vida de sua filha em risco. Para não correr nenhum perigo, o médico pede para que ela repouse durante os dois próximos meses para evitar qualquer tipo de esforço. O tédio junto com traumas do passado irão chegar e fazer com que Julie não saiba mais se está presenciando fenômenos fantasmagóricos em sua casa ou não.
Prejudicado pela falta de originalidade
Antes de começar a escrever qualquer resenha, sempre dou uma olhadinha no trailer para se ter uma ideia do que exatamente vou escrever. Fiz isso dessa vez e me deparei com um trailer maravilhoso, que nem parece ser o mesmo filme que vi. Eles conseguiram pegar os melhores momentos, junto com uma edição ágil, e mais uma narração em off sobre gravidez que realmente deixa tudo muito melhor. Uma pena esse clima não estar presente no longa como um todo.
O seu início é bom, por um momento até esqueci que estava vendo uma obra de terror. Comprei a ideia de um casal “grávido” se mudando para uma nova casa. Minha felicidade acabou na primeira manifestação sobrenatural da história. O que ocorre a partir disso é uma sucessão de elementos que já vimos por aí: uma casa nova que provavelmente já morreu gente; câmera estática no quarto do bebê no melhor estilo Atividade Paranormal; a bolinha saindo debaixo da cama; sustos esperados; lentidão no desenrolar da história; e a perda do medo quando as tramas se revelam. No meu caso, nem medo tive, no máximo uma apreensão de tomar um susto.
Em determinado momento do longa temops a hipótese de nossa protagonista estar no meio de um surto psicótico devido a traumas recentes não resolvidos. Essa parte da trama é simplesmente jogada no meio de tudo, talvez se tivesse mostrado esse detalhe no início, o público aceitasse isso melhor. Essa foi outra oportunidade jogada fora por esse roteiro que tenta nos dar algo, mas não consegue entregar nada.
Melissa Barrera
O meu maior elogio vai ficar para a nossa nova musa do terror, Melissa Barrera. A conheci em ‘Em Um Bairro de Nova York‘ (2021) cantando e dançando, e logo após já era a nova protagonista da franquia Pânico. Não vou dizer que ela brilha por aqui, mas ela tem seus momentos. Principalmente no ato final quando as coisas realmente acontecem. Escutá-la gritando com vontade junto com ela proferindo palavrões pesados contra uma entidade me fez sorrir. Ponto alto.
Conclusão
É duro dizer isso, mas ‘O Nascimento do Mal‘ é mais um filme de terror genérico que chega ao mercado. Lógico que ele vai agradar uma grande parcela de quem ama o estilo, mas não traz absolutamente nada de novo e isso acaba o tornando uma cópia de algo que já vimos. Mesmo que ele tenha uma ideia promissora, o seu molde nos remete a algo repetitivo e cansativo. Como falei, ainda assim terão pessoas que irão gostar dele, seja um novo fã ou alguém sedento por algo do gênero.
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Trailer – ‘O Nascimento do Mal’
Ficha Técnica
Título original: Bed Rest
Direção e roteiro: Lori Evans Taylor
Elenco: Melissa Barrera, Guy Burnet, Edie Inksetter, Sebastian Billingsley-Rodriguez, Erik Athavale, Kristen Sawatzky
Onde assistir: Cinemas
Data de estreia: 11 de maio de 2023
Duração: 90 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: Terror, Mistério
Ano: 2023
Classificação: 12 anos