Boys band

Onde foram parar as boys band?

Celsinho Junior

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13 de maio de 2021

Primeiramente, você já parou para pensar que, no início dos Anos 80, o Menudo foi um dos grupos de maior visibilidade do mundo? Foi um fenômeno absurdo de publicidade, sempre focado no público jovem. E a mudança de integrantes era proposital, desde sua fundação em 1977.  A saber, diversas formações foram montadas e, em quase 20 anos de existência, foram vendidos 20 milhões de cópias. Aproximadamente 3 milhões só no Brasil.  Não existia um adolescente que não cantasse “Não se Reprima” ou “If You’re Not Here (By My Side)“! Muitos empresários brasileiros resolveram copiar essa fórmula de sucesso e de ganhar muito dinheiro! Só que, a maior parte desse dinheiro ficava com o empresário (é claro).

O empresário e apresentador Gugu Liberato, que já acompanhava esse mercado e era fã dessas músicas latinas de grande sucesso, resolveu montar uma banda teen chamada Dominó, em 1984.  Gugu soube aproveitar muito bem a onda do grupo Menudo e já estourou o primeiro single “Companheiro”. A magia dos garotos no palco conquistou o Brasil. Foram 11 álbuns de estúdio, 40 singles e 16 videoclipes.  Parece muito, né? E de fato é! Uma máquina de gerar mídia e conteúdo!

 

Febre das boys band no Brasil estava só começando

Em 1988, a Promoart (empresa do Gugu Liberato) lançou o grupo Polegar! Rodaram o Brasil fazendo shows, filme com os Trapalhões e eram incansáveis! As músicas eram versões de grupos latinos que já faziam sucesso e funcionavam muito com a energia dos garotos no palco! Sucessos como “Dá Pra Mim” e “Sou como Sou” eram canções obrigatórias em rádios e festas de aniversário.  O grupo vendeu milhões de discos e acabou com os garotos na fase final da adolescência.

Impossível não escutar “Manequim” e não lembrar de uma época saudosa da sua vida! Às vezes, paramos para pensar e já vem na cabeça “nossa, que tempo bom”. De fato, era um tempo bom mesmo.

E não é que era bom?

Apesar de versões, as músicas eram boas e bem-produzidas! O único problema disso tudo, foi não terem deixado essa garotada criar suas próprias canções! Às vezes, os empresários “engessam” a criatividade dessa garotada, escolhendo como e o que gravar!  E esse deve ser um dos motivos pelos quais quase não existem mais boys band. Atualmente, a galera quer pensar, mandar o seu próprio recado! Produzir suas próprias canções. É uma pena. Entretanto, a grande maioria ainda vive de música até hoje!

Os únicos que tiveram “peito” para bancar o que queriam (não à toa que estão juntos e produzindo até hoje) foram os Backstreet Boys. Uma das suas mais corajosas decisões foi justamente demitir seu empresário! A banda desembolsou alguns milhões de dólares, mas, estão aí até hoje. 

boys band backstreet boys
Backstreet Boys, uma das principais boys band de todos os tempos (Foto: Divulgação)

Muita estrada pela frente

O preço da independência é muito alto, no entanto, pode transformar o mundo! Meninos entrando na adolescência e ganhando dinheiro. Fama e superexposição ainda são elementos perigosos nas mãos erradas, mas ainda são consumidos pelo público.  

Ver garotos cheios de sonhos e talento, cantando e dançando no palco é bonito demais! Cativa! As meninas perdendo a voz de tanto gritar… Isso ainda tem espaço! Basta dar uma olhada no fenômeno que é o BTS, por exemplo. Mostrando para todos que esse não é, definitivamente, um modelo falido.

Celsinho Junior

Coordenador de novos negócios e projetos especiais do Rock in Rio. Empreendedor, produtor e agitador cultural. Criador/curador dos canais digitais Play Hits br e A Cara de Quem Música, focados na promoção e renovação da música autoral brasileira.
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