Personagens LGBT em HQ’s

Giselle Costa Rosa

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31 de maio de 2016

Faz tempo que o universo dos quadrinhos tem representatividade LGBT. A grandes editoras têm tirado do armário personagens, populares ou não, dando diversidade sexual às histórias de fantasia e ficção científica. Porém isso ainda é um assunto tabu nesse universo tão masculino e pouco explorado nas versões em desenho, série ou cinema das histórias. Dessa forma a sexualidade dos personagens acaba ficando mais evidente apenas nas páginas dos quadrinhos.

Abaixo, uma lista de alguns personagens-símbolo da diversidade sexual nos quadrinhos:

  • Arlequina e Hera Venenosa (DC Comics)

harley-quinn-annual-1-poison-ivy-kissA editora DC, em junho de 2015, confirmou o namoro das duas personagens em um bate-papo com leitores no Twitter, respondendo a indagação sobre o quão íntimo era o relacionamento das duas da seguinte forma: – Sim, elas são namoradas e sem o ciúme da monogamia. Ambas possuem seus próprios títulos, sendo que Arlequina teve 38 edições, entre 2001 e 2003. Depois disso fez diversas aparições no universo DC e, após o reboot com “Os Novos 52”, além de ter sua bissexualidade explorada, ela aparece como uma das protagonistas da revista mensal “Suicide Squad”, publicada no Brasil como “Esquadrão Suicida & Aves de Rapina”. Em abril deste ano ganhou mais dois títulos: Harley Quinn and the Suicide Squad April Fool’s Special e a minissérie Harley Quinn and Her Gang of Harleys. Hera Venenosa ganhou uma  minissérie em seis edições,  Poison Ivy: Cycle of Life and Death, com roteiro de Amy Chu, em janeiro deste ano. Fato é que Arlequina sempre abusou do seu sexy appeal. O flerte entre as duas já rolava nas animações nas séries Batman e Liga da Justiça. E se consolidou nas HQ’s da Arlequina.


 

  • Homem de Gelo (Marvel Comics) 

icemanUm dos fundadores da equipe X-Man assumiu ser gay no gibi All New X-Men #40, lançado em abril deste ano. Na história, a versão jovem do Homem de Gelo – que veio do passado para os dias de hoje – não entende como ele pode ser gay e sua versão atual, adulta, não ser. Em uma conversa com Jean Grey, o herói especula que talvez “ele não conseguisse lidar com o fato de ser mutante e gay em uma sociedade que tem problema com os dois”. Veja um trecho:

 

  • Mulher-Gato (DC Comics)

o-CATWOMAN-570Na edição 39, lançada semana passada nos EUA, Selina Kyle, que deixou o uniforme da ladra de lado para assumir um novo papel de chefona do crime em Gotham, beija Eiko Hasigawa, herdeira da família yakuza e atual Mulher-Gato em atividade nas ruas da cidade. Genevieve Valentine, roteirista da HQ Catwoman, assume que essa Selina Kyle do Universo DC atual – apresentada nos Novos 52 em 2011, em uma história em que transava com Bruce Wayne, é bissexual. Selina Kyle apareceu nos quadrinhos pela primeira vez em Batman #1 (1940). Criada por Bill Finger e Bob Kane, a personagem educou a si mesma vivendo nas ruas de Gotham City, após fugir da casa de sua família abusiva, e tornou-se uma ladra para se sustentar.

  • Lanterna Verde (DC Comics)

lanternaVerdeEm 2011, o universo DC ganhou um reinício. Nisso, Alan Scott, o primeiro Lanterna Verde que atua principalmente junto a Sociedade da Justiça– estreou em 1940 – e foi reimaginado como gayno segundo número da HQ “Earth 2” (Terra 2). A revista foi lançada nos Estados Unidos em junho de 2012. A revelação fez parte do movimento da “reinicialização” do universo ficcional DC no ano de 2011, quando a editora responsável pelas histórias do Super-Homem, Mulher-Maravilha, Batman e Robin, entre outros heróis, decidiu recomeçar a contar as aventuras de cada um deles do início, quando eram jovens.

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  • Colossus (Marvel)

ColossusNo universo denominado Ultimate (2001-2009), em X-Men, Colossus (Peter Rasputin) é gay. Ele esconde seu segredo de todos os companheiros, até se apaixonar por Wolverine. Mas Colossus acaba tendo um relacionamento com Estrela Polar, que se torna seu namorado. O gigante russo chegou aos quadrinhos em 1975.

 
 

  • Estrela Polar (Marvel)

estrelapolarJean-Paul Beaubier, também conhecido como Estrela Polar, foi o primeiro personagem da Marvel a se assumiu gay. Mutante superveloz que já fez parte dos X-Men e da Tropa Alfa, sua primeira aparição foi em 1979. Causou furor em 2012, quando se casou com seu namorado em Astonishing X-Men, na edição 51. Jean-Paul publicou uma autobiografia chamada Born Normal para contar como era a sua vida como mutante e homossexual.

 

  • Mística (Marvel)

misticaA vilã de pele azul da Irmandade dos Mutantes, do universo dos X-Men, é bissexual. Ela e a vidente Destino têm um relacionamento de longa data e, juntas, foram mães adotivas da x-man Vampira. Chris Claremont, roteirista da série, diz que a personagem teria gerado Vampira quando transformada num homem, mas a Marvel não deixou esta história ser publicada por causa da legislação de quadrinhos vigente à época. A primeira aparição da transmorfa foi num quadrinho da Ms. Marvel de 1978.

 

  •  Loki (Marvel)

loki-sifVilão e meio-irmão de Thor, Loki, um deus nórdico que surgiu pela primeira vez em 1962, apareceu como mulher depois do arco Ragnarok (2004). E em sua série própria, Agent of Asgard, ele é bissexual e transgênero, variando entre as formas de homem e mulher.

 
 
 

  • John Constantine (DC)

constantineAlém de ser ocultista e detetive do sobrenatural, Constantine, dos clássicos quadrinhos de terror e fantasia da Hellblazer, do selo Vertigo, é bissexual. Estreou numa edição de Monstro do Pântano publicada em 1985.

 
 
 

  • Midnighter (DC)

midnighterMidnighter que teve sua primeira aparição em 1998 na revista Stormwatch é homossexual e chegou a usar aplicativos de encontros para homens. O vigilante se casou com Apollo, outro personagem assumidamente gay e juntos adotaram Jenny Quantum. Midnighter chegou em 1998, na Stormwatch.

 
 

  • Hulkling e Wiccan (Marvel)

slide_411432_5186348_freeHulkling (à esquerda) e Wiccan, casal de Jovens Vingadores, fogem do clichê de apenas abraços intensos em cena. Hulkling é alienígena – metade Kree, metade Skrull, duas raças alien do universo Marvel – e surgiu em 2005. Wiccan é mutante. Tem dons eletrocinéticos e mágicos, e estreou em 1986.

 
 

  • Daken (Marvel)

dakenDaken Akihiro, filho de Wolverine, foi arrancado do útero de sua mãe e deixado para morrer. Tendo crescido com um fervente ódio do pai, ele investiu parte de sua vida (e morte) para matá-lo. Seus poderes são quase os mesmos de seu pai, com uma ou outra adição: além de três garras em cada mão (em posições diferentes das de Wolverine). Um dos poderes mais curiosos de Daken é a manipulação de feromônios. Bissexual assumido, ele já usou o poder para beijar o Mercenário durante o Reinado Sombrio. Perfeito canastrão, canta homens e mulheres sem distinção: especialmente o Coisa, o que rende momentos hilários.

  • Ozymandias (DC Comics)

WATCHMEN_2012_OZY_CvrNunca tendo assumido nada em Watchmen ou seus prelúdios, Adrian Veidt é constantemente dito como sendo bissexual. Uma das cenas de abertura na adaptação de Watchmen parecem confirmar isso pela visão de Zack Snyder. Nela, vemos Veidt na frente de uma famosa discoteca repleta por ícones gays como o cantor David Bowie e o grupo musical Village People. Veidt possui uma inteligência acima da compreensão humana, sendo capaz de calcular a trajetória de uma bala e agarrá-la em pleno ar.

 

  • Flautista (DC Comics)

Pied_Piper_0001Hartley Rathaway é um personagem que oscilou entre a vilania e o heroísmo de maneira bem tênuee e é um dos poucos vilões assumidamente gays da DC Comics. Tendo nascido surdo, recebeu tratamento médico e passou a ouvir, apaixonando-se por música e criando armas sônicas. Futuramente, ele viraria um inimigo do Flash e chega a integrar a Galeria de Vilões. Ainda assim, acaba virando herói e se tornando um amigo de Wally West. Atualmente está sendo interpretado por Andy Mientus na série de TV do herói.

Giselle Costa Rosa

Integrante da comunidade queer e adepta da prática da tolerância e respeito a todos. Adoro ler livros e textos sobre psicologia. Aventuro-me, vez em quando, a codar. Mas meu trampo é ser analista de mídias. Filmes e séries fazem parte do meu cotidiano que fica mais bacana quando toco violão.
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