Resenha de livro | ‘Snow Crash’, de Neal Stephenson

Vanesca Soares

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15 de agosto de 2015

Terminei de ler mais um livro de cyberpunk, subcategoria da ficção científica. Após um grande tempo lendo o material – mais do que costumo levar, inclusive – cheguei a seguinte conclusão: embora eu goste de ler livros de ficção científica, não gosto de cyberpunk. E por quê não gosto? Por vários motivos, mas o principal deles é a salada que mistura tecnologia-realidade-fantasia que não me agrada, não me captura e nem me comove. Fazer o quê? Acho até bastante confusa.
Snow Crash, de Neal Stephenson, lançado no Brasil pela editora Aleph – uma das grandes responsáveis por reavivar o interesse por ficção científica ao Brasil – tem em sua capa a seguinte frase: “Um clássico instantâneo, e merecido do Cyberpunk – The New York Times”.
À primeira vista fiquei curiosa. Um clássico em minhas mãos! Mas começar a ler, as minhas expectativas foram reduzindo, reduzindo até beirar a decepção. Não com o projeto gráfico do livro, pois como sempre a editora caprichou na edição, mesmo que visualmente seja um pouco mais simples do que outros livros da Aleph. Mas com a história em si, que não me agradou mesmo. Foi difícil para mim chegar ao fim do livro.
snow-crash
Snow Crash tem como personagens principais Hiro Protagonist e Y.T. (leia-se “White”, com som de “i” prolongado no “e”). O primeiro é um entregador de pizzas que trabalha para a máfia do Tio Enzo (dona das pizzarias) na vida real, mas na vida virtual é um hacker superpoderoso e conhecido, que juntamente com outros hackers do mesmo calibre criaram o chamado Metaverso (um mundo de realidade virtual como o antigo Second Life). No Metaverso e na vida real, Hiro é também um grande espadachim, devido a sua descendência japonesa.
Y.T. é uma garota de 15 anos que é skatista e trabalha como courier, entregando documentos e todo o tipo de coisa. No mundo do futuro pouco distante em que vive, os couriers usam os skates como meio de transporte, se prendendo através de arpões e cabos em veículos em movimento para poder chegar mais rápido aos locais de entrega.
Uma noite enquanto ambos faziam entregas, se conhecem e se tornam amigos. Y.T. começa a ajudar Hiro em uma outra atividade que este possui: reunir informações importantes para vendê-las a quem se interessar.
Mas a vida dos dois começa a mudar por conta de um misterioso acontecimento no Metaverso. Um personagem misterioso chamado Corvo oferece a Hiro um tipo de droga, que este não aceita. No entanto, a droga chamada snow crash transforma quem a usar, praticamente transformando a pessoa em um zumbi que balbucia algumas palavras sem sentido. Snow crash não é injetável ou coisa do gênero. Ela é difundida através de uma tela que aparece estática em preto e branco. E o pior: a droga afeta a pessoa tanto no Metaverso quanto na vida real.

O autor Neal Stephenson

O autor Neal Stephenson


O livro mostra a luta de Hiro Protagonist e de Y.T. para descobrir os planos do Corvo, quem está por trás dele, por quê a droga está se espalhando por aí e qual a cura.
Não gostei da história e muito menos da conclusão dela. Muita coisa não foi resolvida, ficou sem resposta ou nem foi mencionada no final. O livro é muito grande e em vários momentos cansativo, com milhares de palavras sobre culto à divindades de outras épocas, tecnologia e coisas futuristas. Não é para mim. Não fez minha cabeça. Não gostei mesmo. Mas claro que muita gente pode achar legal. Mas eu definitivamente não consigo gostar de cyberpunk.
 
Ficha técnica:
Snow Crash
Autor: Neal Stephenson
Editora: Aleph
Categoria: Ficção Científica – Cyberpunk
Páginas: 498
 
 
 
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Vanesca Soares

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