Resenha de Show | Behemoth no Circo Voador

Larissa Frade

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11 de novembro de 2014

Não me lembro de ter ido em um show em que o nome do capiroto (satanás, diabo, Lúcifer, zé pra trás ou qualquer outro nome que você preferir) foi invocado inúmeras vezes… E a noite abafada desse dia 09/11/2014 ajudou mais ainda a dar a sensação de inferno na lona do Circo Voador para a primeira apresentação do Behemoth em solo carioca.
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A noite começou com a apresentação dos Niteroienses do Tellus Terror para um público extremamente diminuto (o show começou uns 20 minutos depois da abertura dos portões da casa). Contando com Felipe Borges (vocal), Álvaro Faria e Wederson Félix (guitarras), Arthur Chebec (baixo), Ali Ghazzaoli (bateria) e Ramon Montenegro (teclados) os rapazes mostraram em seu segundo show de divulgação do álbum EZ Life DV8 – o primeiro foi a abertura do Behemoth em SP – o que é o mixed metal styles (ou M.M.S.), agradando a todos os que estavam no local. Infelizmente a apresentação teve que ser reduzida devido a problemas de saúde do vocalista, mas com certeza a banda conquistou novos fãs com essa apresentação e poderão mostrar novamente o seu trabalho no próximo show.
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Após uma rápida pausa para a montagem de palco, começa o “saravá metal” dos já dispensáveis de apresentações Gangrena Gasosa. Teve despacho? Teve. Teve os integrantes da banda fantasiados de entidades do espiritismo afro brasileiro? Teve. Teve os clássicos da banda? Teve. Zé Pelintra e Omulu (vocais), Exu Caveira (guitarra), Pomba Gira Maria Mulambo e Caboclo Sete Flechas (percussão), Exu Tranca Rua da Almas (baixo) e Exu Mirim (bateria) agitaram a pista, com direito até a uma mini roda, ao som de “Eu não Entendi Matrix” (compartilho do mesmo sentimento), “Se Deus é 10 Satanás é 666”, “Vem Nariz”, “A Supervia Deseja a Todos uma Boa Viagem”, fechando o show com “Centro do Pica-Pau Amarelo” e  “Cambonos from Hell”.
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Exatamente às 21:20h da noite, sobe ao palco a grande atração da noite: os poloneses do Behemoth. Ao som de “Blow Your Trumpets Gabriel”, Nergal (vocal e guitarra), Seth (guitarra), Orion (baixo) e Inferno (bateria) iniciam a missa satânica da noite. E como uma boa missa satânica, teve direito a fogo (na entrada da banda ao palco), bíblia rasgada, incensário de igreja defumando o Circo Voador e sangue, muito sangue sendo cuspido – literalmente – na plateia. Contudo, o que mais impressiona no show não é nem a questão “macabra” da apresentação, mas sim a perfeição que se vê e ouve. Os caras não erram uma nota, não engasgam na hora de cantar, a iluminação é perfeita, o som não tem nenhum ruído, a movimentação de palco é extremamente ensaiada. A sensação que passa é que você não está assistindo a um show de heavy metal, mas sim a um musical da Broadway! E isso não é ruim, pelo contrário! E o público presente no Circo (que não lotou da mesma forma que outros shows de metal que ocorreram esse ano no mesmo espaço) correspondeu muito bem, principalmente em Slaves Shall Server, The Satanist e a música de encerramento da primeira parte do show At the Left Hand ov God. Nesse momento a banda faz a clássica foto de costas para o público e sai do palco para o encore que contou com Chant for Eschaton 2000 e O Father O Satan O Sun!, onde a banda sobe ao palco com a máscara das fotos de divulgação e do clipe do último cd. E vão embora. Sem tchaus. Sem acenos. Sem nem um see you in hell. Simplesmente o show acabou assim.

O show foi perfeito e com certeza a horda de fãs que o Behemoth tem no Rio de Janeiro saiu extasiada depois do que viu.
Setlist Tellus Terror

  1. Bloody Visions
  2. Equinox
  3. Terraformer
  4. Civil Carnage
  5. 3rd Rock from the Sun

Setlist Behemoth

  1. Blow Your Trumpets Gabriel *
  2. Ora Pro Nobis Lucifer *
  3. Conquer All
  4. Decade of Therion
  5. As Above So Below
  6. Slaves Shall Serve
  7. Christians to the Lions
  8. The Satanist *
  9. Ov Fire and the Void
  10. Furor Divinus
  11. Ludzie Wschodu (Siekiera cover)
  12. Alas, Lord Is Upon Me
  13. At the Left Hand ov God

Encore

  1. Chant for Eschaton 2000
  2. O Father O Satan O Sun!*

Larissa Frade

Se eu pudesse me definir em uma palavra poderia dizer que sou paradoxos. Adoro aprender, mas tenho preguiça de começar a estudar. Amo heavy metal, mas sou cantora lírica. Quero emagrecer, mas penso como gorda. Quero um amor só para mim, mas amo ser livre. Quero me mudar, mas tenho medo de mudanças. Só em uma coisa sou incisiva: eu quero ser feliz!
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