Resenha de Show | The Mission no Teatro Odisséia

Larissa Frade

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23 de agosto de 2014

Uma fila grande do lado de fora e uma hora de atraso para a abertura da casa, pois a banda ainda estava passando o som. Foi assim que começou o show da turnê do mais novo álbum de estúdio dos ingleses do The Mission, “The Brightest Light”, no Rio de Janeiro.
Quem conseguiu entrar na casa logo assim que os portões foram abertos deparou-se com a banda de abertura Ocaso passando o som enquanto o DJ Wagner Fester ”discotecava” grandes clássicos do gótico/post punk. Passagem de som já é um porre para o músico (eu sou musicista e eu sei muito bem o que é isso) e assistir a uma é tão ruim quanto. Entendo que essa foi a forma encontrada pela organização para agilizar o andamento do evento, mas acaba perdendo-se um pouco o brilho do espetáculo. Além disso, como ficou a passagem de som e a ”discotecagem” do Fester ao mesmo tempo houve uma “briga” para ver quem se sobressaía mais nos alto falantes e o som acabou ficando embolado e extremamente alto.

Fotos por Larissa Frade

Fotos por Larissa Frade


Com a finalização da passagem de som, a banda Ocaso já emendou imediatamente no início do show. Com influências de Violeta de Outono, Zero e o próprio The Mission, a banda misturou músicas próprias com clássicos nacionais e internacionais do gênero. Começaram de uma forma bem tímida, mas com o passar do show foram mostrando o seu potencial. Infelizmente foram prejudicados no som, nas músicas finais o som do vocal estava bem embolado, o ouvinte não conseguia distinguir a letra da música. Espero ter a oportunidade de ouvi-los em uma nova apresentação!
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Fotos por Larissa Frade


Novamente com a discotecagem do Fester (que empolgou a todos os presentes com pessoas cantando e dançando) e o som nas alturas (o som, no geral ficou muito alto a noite toda), sobe ao palco (depois da música de introdução ter falhado no início e ter que ser repetida) o tão aguardado The Mission.
Pela primeira vez desde 1990, o trio original – Wayne Hussey, Simon Hinkler e Craig Adams – sobe junto ao palco e começa o show com Cat Black Bone, do mais novo álbum. Juntamente com o baterista Mike Kelly, eles mandaram logo em seguida Beyond the Pale, para a alegria geral dos presentes que lotaram o Teatro Odisseia. Muito comunicativo, Wayne exaltava o Brasil e o futebol, fazendo perguntas a platéia sobre como foi sediar a Copa do Mundo (e dizendo que para São Paulo essa não foi uma experiência muito agradável, pelo visto). E a partir daí, foram vários clássicos como Serpent’s Kiss e Naked and Savage, mas o auge do show foi quando eles tocaram as duas músicas que os tornaram bastante populares no Brasil: Severina e Butterfly on a Wheel. Confesso que nessa hora não resisti: dancei e cantei a plenos pulmões “Severiiiiiiiiiiiiinaaaaaaaaaaaa” relembrando dos momentos em que dançava com a parede nas festinhas góticas do Madame Satã e DDK (sim, vergonhoso, mas confesso que já fiz isso…). Ainda tocaram mais alguns clássicos e fecharam essa primeira parte com Swan Song, também do mais novo álbum.
Fotos por Larissa Frade.

Fotos por Larissa Frade.


A banda retorna para o primeiro bis (foram dois) começando com Stay with Me (que contou com um pequeno solo de Wayne Hussey) e finalizando com Deliverance. Para o segundo bis, Wayne Hussey retorna sozinho ao palco permanecendo assim metade de Tower of Strength, onde depois o resto da banda entra e termina a música e o show, distribuindo LPs para os fãs junto ao palco.
Fotos por Larissa Frade.

Fotos por Larissa Frade.


Para os fãs esse foi um show memorável, principalmente pelo retorno do trio original, mas confesso algumas atitudes da banda me decepcionaram um pouco. Primeiro quando no bis Wayne Hussey sobe no retorno e se apóia no PA aéreo, que poderia ter caído e machucado muita gente ali em baixo, no mínimo (pois o mesmo balançou muito e só parou quando uma pessoa que estava no segundo andar o segurou). E depois porque, segundo os produtores, a banda quebrou muitos dos equipamentos de palco, o que com certeza causou um prejuízo enorme. Acho que uma banda como o The Mission não precisaria de uma atitude dessas e espero que da próxima vez que eles vierem ao Brasil essas atitudes não se repitam, pois o Brasil os recebeu de braços abertos e o fará em outras oportunidades.
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Fotos por Larissa Frade.


Setlist The Mission
 
Black Cat Bone
Beyond the Pale
Serpent’s Kiss
Naked and Savage
Sometimes the Brightest Light Comes from the Darkest Place
Garden of Delight
Severina
Butterfly on a Wheel
Everything but the Squeal
Like a Hurricane (Neil Young cover)
Wasteland
Swan Song
Bis 1:
Stay With Me
Like a Child Again
Belief
Deliverance
Bis 2:
Tower of Strength

Larissa Frade

Se eu pudesse me definir em uma palavra poderia dizer que sou paradoxos. Adoro aprender, mas tenho preguiça de começar a estudar. Amo heavy metal, mas sou cantora lírica. Quero emagrecer, mas penso como gorda. Quero um amor só para mim, mas amo ser livre. Quero me mudar, mas tenho medo de mudanças. Só em uma coisa sou incisiva: eu quero ser feliz!
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