RESENHA | ‘A Teoria de Tudo’ é uma doce viagem ao submundo do verdadeiro amor
Ayra Diandra
|20 de agosto de 2016
Jane Hawking jamais imaginou que ao se apaixonar por Stephen na faculdade fosse passar por tudo que passou. Aos vinte e um anos, Stephen Hawking, então um jovem promissor, no início de sua carreira acadêmica, foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Após a doença dele ser diagnosticada, os médicos lhe deram dois anos de vida e ele está vivo até hoje. Depois, porque seu marido virou um Isaac Newton de nossos tempos, respeitado por todos ao descobrir as quatro leis do buraco negro. A vida de Stephen também não foi fácil, desde o dia que foi diagnosticado em diante sua vida regrediu e ele lutou até onde pôde para que tivesse acesso a tudo menos se tornando cada dia mais deficiente e dependente de tudo e todos. Como um voto de uma jovem muito apaixonada, Jane Hawking prometeu cuidar de Stephen e estar ao seu lado em todos os difíceis momentos que se seguiriam: e, por um quarto de século, foi o que ela fez, esteve sempre ao seu lado, ao contrario de muitas que o abandonariam. Ela foi mãe, esposa, e muitas vezes enfermeira de seu marido.
Mas cuidar sozinha de três filhos e um marido com necessidades especiais não foi nada fácil, especialmente por grande parte do conforto possível hoje não existir na época, sendo adicionadas a isso as dificuldades financeiras do casal.
Mesmo com todas as dificuldades, Jane foi uma mulher guerreira e uma mãe exemplar. Seus três filhos foram criados ajudando o pai e a vida da família sempre foi pular de galho em galho, seja para testes por causa da doença de Stephen, seja para palestras, estudos e recebimento de medalhas que o físico recebeu a vida toda. Passaram por diversos países europeus e também moraram nos Estados Unidos. A cada avanço da doença a família inteira se unia para que Stephen tivesse uma vida normal, isso também incluía os pais dele e os pais dela.
Jane abdicou de seus sonhos, de sua carreira e de muitas outras coisas para o sucesso do marido, foi fiel até onde pôde e, ao conhecer outro homem, fez questão de continuar cuidando do marido e tendo o amante por perto, este – surrealmente – também ajudava a carregar Stephen para onde eles iam. Na frente dos filhos e do marido, ela não demonstrava afeto por Jonathan. Eram raros os momentos a sós. Me perguntei como alguém pode conseguir fazer algo assim? Mas, ao ler A Teoria de Tudo, o julgamento ficou de lado ao ver que o próprio Stephen aceitava a situação – e o livro não conta o que fez eles se separarem!
Após vinte anos de um casamento que Jane precisou sustentar com força hercúlea, Stephen já havia estabelecido seu lugar no mundo e nos holofotes, e o divórcio do casal causou uma comoção — assim como uma grande onda de julgamentos e especulações sobre a vida familiar dos Hawking.
Jane é minuciosa ao nos contar sua vida com Stephen e detalhes da época, o livro merece atenção e paciência ao ser lido, afinal, naquelas 437 páginas o que a autora deseja é desabafar com o mundo, mostrar que tem certeza do amor que sempre demonstrou pelo ex marido, que sempre fez tudo que estava ao seu alcance e que mesmo sendo julgada por muitos ela tem orgulho da vida que levou ao lado do homem que mais amou na vida.
A Teoria de Tudo é uma lição em muitas páginas, mas que passam voando quando nos pegamos admirando essa mulher e deixando de julgar o que ela fez ou deixou de fazer. Sem dúvidas no final do livro, ao voltar a capa e ler “A mente dele mudou o nosso mundo. O amor dela mudou o mundo dele.” conseguimos entender o que essa frase quer dizer.
FICHA TÉCNICA:
EDITORA | Única |
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I.S.B.N. | 9788567028514 |
ALTURA | 24.00 cm |
LARGURA | 17.00 cm |
PROFUNDIDADE | 3.00 cm |
NÚMERO DE PÁGINAS | 448 |
IDIOMA | Português |
ACABAMENTO | Brochura |
ANO DA EDIÇÃO | 2014 |
PESO | 0.900 Kg |
TRADUTOR | Sandra Martha Dolinsky e Julio De Andrade Filho |
CÓD. BARRAS | 9788567028514 |
NÚMERO DA EDIÇÃO | 1 |