REVIEW | ‘Styx Shards of Darkness’ ou Desmond Miles versão Goblin 2.0

Leandro Stenlånd

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15 de março de 2017

Styx Shards of Darkness tem sido aguardado e muito pelos amantes de jogos com característica Stealth e não é para menos. Sabendo que todo game deste gênero depende de muita habilidade, é quando as sombras se tornam suas aliadas neste game, digamos, de espionagem no qual você deverá eliminar seus alvos sem ser visto por ninguém. A mecânica de controlar seu personagem com cautela, evitando que soldados inimigos o localizem e utilizando suas habilidades especiais para terminar seu trabalho com extrema eficiência, é o que há nesse gênero.

Styx Shards of Darkness é o novo jogo da Cyanide Studios (mesma produtora dos jogos de Game of Thrones e Of Orcs and Men), distribuído pela Focus Home Interactive mais uma vez. De cara, sua premissa chama muito a atenção, pois coloca o jogador no controle de um Goblin que xinga muito, manda você se f… quando acaba matando-o e que, de certo modo, não é um herói, mas sim alguém que busca restaurar algo e, para isso, terá de expor suas maiores habilidades. Claro que estamos acostumados com heróis fortões, rápidos no gatilho e que, numa luta corpo a corpo, podem fazer de tudo. Mas aqui, a estratégia – até mesmo para repelir golpes – se faz necessária.

Nunca fui muito fã do gênero Stealth e confesso isso desde já, exatamente como falei no vídeo gameplay que você pode conferir logo abaixo. Na verdade, jamais adentrei em Metal Gear, sequer Thief. Entretanto, sou fã de carteirinha dos primórdios do gênero, como é o caso do clássico Castle Wolfstein, de 1981. Esse negócio de evitar ser percebido, se esconder nas sombras ou apagar tochas para aumentar a escuridão são algumas das coisas que você terá de lidar em Styx Shards of Darkness, o que me irrita extremamente. Mas, como devemos ser imparciais, acabei querendo testar esse jogo. Primeiro de tudo que o nome do game já revela quem você controla: um Goblin, com direito a roupas estranhas, com um olhar macabro nada convidativo e que seus inimigos são, ao menos no início, parte de soldados que são resquícios do que aconteceu no game anterior intitulado Styx Master of Shadows, onde nosso anãozinho tentava, mesmo que em um estado mental confuso de Styx, mostrar que existe muito mais sobre o lugar do que parece transparecer. Talvez o elemento mais interessante da narrativa do jogo seja justamente o fato de seu protagonista ser um goblin, independente do que se passe no decorrer da trama que aparentemente possui algumas pontas soltas, mas tudo bem, passa batido.

Se Assassin’s Creed é um jogo absolutamente dedicado à furtividade, Styx não fica atrás. Tentamos de todas as maneiras o confronto direto entre o goblin e os guardas que estavam espalhados no mapa. É praticamente impossível, seja em qualquer nível de combate e dificuldade. Quando confrontado por um guarda, é possível tentar se defender de seus golpes num formato de ‘repelir’ o ataque, até que a abertura apareça e então você tem a chance para matá-lo. No entanto, na maioria das situações, mais oponentes podem aparecer, o que torna tudo impossível.

A movimentação do jogo não é das melhores e, por muitas vezes, fiquei confuso até mesmo com a câmera que atrapalha. Talvez esse seja o maior calcanhar de aquiles de todos os games e isso independe do gênero. Styx é um escalador nato e, particularmente, fiquei muito revoltado (com ódio mesmo) por todas as vezes em que caí ou de uma corda ou ao escalar paredes devido à câmera mal posicionada. O jogo é muito frustrante para quem é desatento, afinal sou ‘RPG-ISTA’ e não perito em games Stealth.

Styx Shards of Darkness possui gráficos e mecânicas que lembram alguns jogos surpreendentes de gerações passadas, mas o principal foi Legacy of Kain Soul Reaver. Não apenas do ponto de vista técnico, mas a direção de arte do jogo também se mostrou muito similar. Apesar de ambos os jogos não serem do mesmo gênero, ainda assim, a dupla possui belos cenários, personagens bem elaborados e até uma rica identidade visual.

O principal destaque fica por conta da luz do jogo. Como as sombras são muito necessárias para o bom desempenho do protagonista, os desenvolvedores capricharam em torná-las mais definidas na continuação, facilitando a vida do assassino e até mesmo do jogador. Outro detalhe sobre a iluminação é quando estamos escondidos, seja num baú ou no armário, esperando que um soldado passe para exterminá-lo. O jogador poderá conferir todos os detalhes do lado de dentro e não há perda de cores nem sombras, sendo tudo muito bem nítido e real se comparado a como víamos pelo lado de fora.

O VEREDICTO

Com uma infinidade de jogos de outros gêneros e escassez de jogos Stealth depois de Metal Gear Solid ter entrado em colapso total, Styx Shards of Darkness se salva de forma muito simples, mostrando como ser um jogo muito bom, com diversas qualidades, mas que também tem seus defeitos como um breve desbalanceamento. Aindaas sim, é um jogo altamente recomendável pela sua característica furtiva.

TRAILER

Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
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