REVIEW | ‘Torment: Tides of Numenera’ é um jogo imersivo e com um universo profundo

Anderson Vidal

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29 de maio de 2017

Torment: Tides of Numenera é uma ode ao estilo RPG clássico, em que as decisões e as ações do jogador propiciam alterações drásticas na forma como o jogo se desenrola. O game é sequência de Plasnescape: Torment, um clássico RPG de 1999 e que até hoje é referência e exemplo para quem o joga no PC.

O game inicia sua jornada em um futuro distante, no mundo de Numenera, no qual a humanidade se encontra num estado rudimentar,  entre a medievalidade e a modernidade, entre a magia e a tecnologia, dividida entre pequenos povoados e no meio da relíquia e artefatos de um passado glorioso. Neste universo, Torment: Tides of Numenera situa-se no Ninth World após a existência de varias civilizações e mundos que precederam o atual. Praticamente tudo o que vamos encontrar são referencias a estas existências anteriores, como a moeda de troca, os artefatos que alteram a jogabilidade e até alguns locais que baseiam as suas estruturas sociais nas histórias e mitos destas civilizações antigas.

Assumimos aqui o papel principal do game, jogando como o The Last Castoff, uma personagem cujo corpo é o último receptáculo a ser descartado por uma entidade que conseguiu vencer a mortalidade e que agora é conhecido como The Changing God. No entanto, as ações atraíram a atenção de The Sorrow que agora procura destruir todas as criações de The Changing God. Sendo o nosso personagem de uma dessas criações, podemos imaginar o que nos espera e de quem teremos que fugir. Torment está repleto de bons personagens, num mundo rico em detalhes interessantes, é impossível não ficar boquiaberto em cada cenário quando avançamos, os detalhes de luzes, sombras, as diversas cores e o clima sombrio do game são maravilhosos, e boas ideias dos seus autores excelentemente entrelaçadas entre si para proporcionar ao jogador um jogo muito coerente.

A jogabilidade é muito comum aos games de RPG clássicos, como Tyranny, Divinity: Original Sin ou Pillars of Eternity, utilizando a mecânica point-and-click – confesso que não é a mecânica que mais me atrai em tipo de jogo RPG, porém a história e os gráficos são tão lindos, que é impossível não querer avançar cada vez mais  na história, onde poderemos interagir com o mundo de Numenera e os seus habitante.

O ponto em que a jogabilidade mais se destaca são os momentos dos diálogos e na forma como nós podemos desenvencilhar de algumas situações delicadas. Quando, em outros jogos por exemplo, a solução seria quase sempre o conflito direto através do recurso as armas ou feitiços, em Torment podemos encontrar outras alternativas ao combate. Podemos contar com outras capacidades, como a intimidação e a persuasão que serão essenciais durante os momentos de diálogo. Quando começam os combates, a jogabilidade se desenvolve através de um sistema por turnos em que temos controle sobre cada um dos membros da nossa equipe, a medida que cada um vai alternando o seu turno contra o inimigo. Os combates que não conseguimos evitar, sempre temos a opção de fugir, e mesmo nos casos mais dramáticos em que a morte é inevitável, Torment cria uma forma curiosa para também contornarmos a morte, forma que não mencionarei para deixar você descobrir como é.

VEREDITO

Torment: Tides of Numenera é um jogo imersivo, com um universo profundo e capaz de nos fazer perder horas só para descortinar cada um dos seus pormenores. A forma como seus personagens cativam o interesse do jogador é única e, tudo junto, numa experiência onde todos os pormenores estão costurados de uma forma genial, proporcionando um digno sucessor espiritual de Planescape.

Torment: Tides of Numenera foi analisado pela equipe do Blah Cultural no console Xbox One. O game foi gentilmente cedido pela Techland.

TRAILER

Anderson Vidal

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