Crítica de filme: O Último Exorcismo – Parte 2

Leandro Stenlånd

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24 de novembro de 2013

Todo mundo sabe que sou amante de filmes de terror, especialmente os de possessão demoníaca, e sim, tenho muito deles em DVD/Blu-Ray (O Ritual, O Exorcismo de Emily Rose, O Exorcista, etc). Alguns desses longas se salvam pela boa história e momentos reais de aflição durante o longa, mas tem gente que abusa da sorte e não sabe quando parar. A parte 2 de O Último Exorcismo  deveria ter ficado na primeira, pois há coisas que realmente não dá pra aceitar.

ultimoexorcismo2_2O trailer até empolga, mostrando cenas intrigantes, que possam dar ao fã do gênero uma esperança do que possa estar por vir, uma vez que o primeiro filme da franquia foi a pior coisa que já assisti em toda minha vida, principalmente por causa de seu final, que, em minha opinião, não teve a menor lógica.

O problema de O Último Exorcismo – Parte 2 já começa na má atuação do elenco, que já era ruim no anterior. Quando assisti ao original de 2010, achei a trama e a atuação do elenco razoavelmente aceitáveis, se comparados com esse último, mas agora, é de cuspir pro alto e realmente esperar que volte para mim, pois, por ter sido tão ruim, me pergunto como alguém dá a um roteirista a chance de ser tão pior quanto o longa anterior? Lembrando que a produção é diferente da do primeiro filme, (Eli Roth, famoso pela franquia O Albergue e por ser o Bear Jew em Bastardos Inglórios) é quem produz o segundo longa e, ainda sim, questionável, não? Eu sinceramente  esperava que neste filme a mudança de abordagem desse novo fôlego à história, mas me enganei.

Nell Sweetzer é encontrada suja e aterrorizada  na floresta depois de escapar do ritual no qual um culto a ajudou a dar a luz a um bebê-demoníaco, lindo né? Calma… o pior virá a seguir.

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O fato é que isso tudo já é muito clichê e a protagonista do filme obviamente tenta seguir em frente, tentando ter uma vida normal, um namorado (pois o único que ela teve foi um demônio que a engravidou), ter amigas (ela não tinha, era uma pessoa do campo e mal se relacionava, lembra?) e vivendo numa espécie de local onde pessoas aparentemente sofreram casos ”semelhantes” com seitas de bruxaria e afins. Para a minha surpresa, as pessoas que lá estavam, ficaram com medo ao ver que ela tinha o diabo no corpo! Que esquisito!?

O uso de insetos nesse tipo de produção tem me dado vontade de vomitar: baratas, moscas, lacraias… na minha opinião nem é mais clichê. Estou vendo que esse tipo de filme quer trazer à tona longas como Aracnofobia, O Ataque das Vespas Mutantes,  pois às vezes tem-se mais insetos que roteiro. Do meio paro final, desanda tudo de vez, mas de um modo inimaginável. Misturam-se religiões e crenças, cenas que beiram o impossível e improvável num momento medonho.

Cena do "exorcismo"

Cena do “exorcismo”


O filme tem como título a palavra EXORCISMO que, sinceramente, não vi em nenhum dos dois filmes e, por isso, o primeiro longa realmente deveria ter sido o ÚLTIMO, pois, considerando-se a etimologia da palavra, deveria haver alguma expulsão do diabo de dentro da menina e isso passa longe de ser feito. O ritual de exorcismo é feito com pessoas da Umbanda / Candomblé/ VooDoo e não uma religião convencional, de modo que, crê-se que o ritual de exorcismo deva inclusive usar o nome de Deus e Jesus, entretanto, era de se esperar que fossem falhar.
Além de mencionar tudo que já poderia mostrar a você que não deve perder tempo indo ver esse filme, vem um dos piores erros do roteiro que já vi em toda minha vida. Sim, eu sei que não tem que seguir a risca de que anjos são bons e demônios são ruins, mas calma aí. Até onde sei demônios não têm como amar alguém, e é bem dito que eles usam isso pra arrastar você pro lado dele. E ainda que eu não quisesse crer, a famosa cena do demônio fazendo SEXO com a protagonista fez a clássica cena da levitação do corpo aparecer. Sim, isso mesmo, foi necessário o demônio fazer sexo com ela para que essa linda cena “desse as caras”. E digo mais: com direito a orgasmos da menina, outro ponto na minha opinião, questionável.
Cena de levitação da Protagonista

Cena de levitação da protagonista


Círculos com sal, símbolos que protegem a entrada de demônios num determinado recinto, olhos ficando negros com uma determinada possessão me lembraram positivamente de SUPERNATURAL e sua saga devastadora em busca de sua redenção ao longo da série.
Para piorar tudo, vem o final, que deixou demais a desejar com uma cena nada a ver, sem pé nem cabeça, onde a possuída, mais uma vez, sai ilesa dirigindo um carrinho e, por onde ela passa, chamas são erguidas em carros, casas, árvores e semelhantes. Sinceramente, deplorável. Eu me pergunto se devemos esperar algo melhor de nossa produção nacional? Lembrando que teremos um longa de produção nacional sobre exorcismos chamado “Diário de um Exorcista” que será lançado em agosto, tendo no elenco Ewerton de Castro. Clique aqui se deseja ver o trailer do mesmo.
BEM NA FITA: Ter visto o espírito do pai dela agir como anjo e, com isso, fazer com que os momentos de pesadelos da filha desaparecessem, trazendo à tona lembranças de bons momentos de sua vida.
QUEIMOU O FILME: O enredo, principalmente o final do filme, que foi a pior coisa!
FICHA TÉCNICA:
Nome: O Último Exorcismo – Parte 2 (The Last Exorcism 2: The Beginning of the End)
Diretor: Ed Gass-Donnelly
Elenco: Ashley Bell, Andrew Sensenig, Spencer Treat Clark, Judd Lormand, Raeden Greer, Julia Garner, E. Roger Mitchell, Cristina Franco, David Jensen, Joe Chrest, Louis Herthum, Tarra Riggs, Ashlynn Ross, Erica Michelle, Diva Tyler, Boyana Balta, Gideon Hodge, Sharice A. Williams, Elton LeBlanc
Produção: Marc Abraham, Thomas A. Bliss, Eric Newman, Eli Roth
Roteiro: Damien Chazelle, Ed Gass-Donnelly
Fotografia: Brendan Steacy
Trilha Sonora: Michael Wandmacher
Duração: 92 min.
Ano: 2013
País: EUA
Gênero: Terror
Cor: Colorido
Distribuidora: PlayArte
Estúdio: Strike Entertainment / StudioCanal / Arcade Pictures
Classificação: 14 anos


Leandro Stenlånd

Leandro não é jornalista, não é formado em nada disso, aliás em nada! Seu conhecimento é breve e de forma autodidata. Sim, é complicado entender essa forma abismal e nada formal de se viver. Talvez seja esse estilo BYRON de ser, sem ter medo de ser feliz da forma mais romântica possível! Ser libriano com ascendente em peixes não é nada fácil meus amigos! Nunca foi...nunca será!
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